Maria Fernanda Jesus Barreto: eis o nome da proprietária que recebeu as primeiras chaves das casas totalmente reconstruídas após o incêndio de 2017, em Mira.
Uma mulher naturalmente emocionada, que contou um pouco daquilo que sofreu na pele durante o grande incêndio que atingiu a região e, particularmente, o Concelho de Mira na noite de 15 de Outubro de 2017. Foi assim que Ana Abrunhosa, Raul Almeida e os demais presentes, encontraram esta senhora naquela que será, a partir de agora, a sua residência, novamente.
Ela, que só deixou a casa, quando deixou de ter luz e água naquela noite que nunca há-de esquecer, confessa-se “muito feliz, uma vez que, até aqui, andava na expectativa de ter a minha casinha novamente… hoje sinto-me aliviada porque sei que a qualquer momento poderei estar cá, novamente!”.
E vai estar muito bem instalada! Numa ampla casa, totalmente refeita e a cheirar a novo, Maria Fernanda e os seus estarão de volta a um local de onde nunca pensaram ter de sair, um dia. Garantindo ter-se “sentido sempre apoiada” durante este longo período de espera, ficou a saber, pelas palavras de Ana Abrunhosa que, através da assinatura colocada no papel, teve “de volta a sua casa com uma garantia de 5 anos”
Ana Abrunhosa que, após ter agradecido à proprietária da casa “pela imensa paciência que teve durante este período”, acabou por desfiar números e contar sobre as imensas dificuldades que cada caso traz.
Segundo a Presidente da CCDRC, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, o Programa de Apoio engloba 823 casos em 30 municípios, sendo que 798 destas residências estão a ser reconstruídas e 25 são apetrechamentos. A Presidente da CCDRC estima que “pelo menos 90% destas casas estejam concluídas até à Páscoa”.
Quanto ao Concelho de Mira, “tratam-se de 25 habitações, estando 10 delas, já concluídas e, seguramente, as 15 restantes, que estão em diversas fases de obras, serão entregues até ao final do mês de Março”.
Estes foram dados que deixaram o Presidente da CM Mira, Raul Almeida, bastante satisfeito, uma vez que, como o próprio afirmou aos presentes, “enquanto autarcas queremos dar respostas o mais imediato possível”. “Este tem sido um ano de muito trabalho” – continuou – sem no entanto deixar de agradecer à Ana Abrunhosa “por atender sempre o telefone, a ouvir as nossas preocupações e a dar uma importante palavra de apoio”.
Por fim, a própria líder da CCDRC fez questão de sublinhar que as situações variam de caso para caso, o que acaba por influenciar sobremaneira no tempo para que tudo se concretize: “Há obstáculos de vária ordem como, por exemplo, legalizações dos espaços, autorizações, pessoas que vivem no estrangeiro, e muitas mais… houve casos em que levamos 5 meses para termos os projetos aprovados e isto, em se tratando de famílias extremamente fragilizadas, a multiplicar por centenas e centenas de casas, dá uma real dimensão do enorme trabalho que tem sido desenvolvido e, sabemos que ainda há muito mais por fazer, pela frente!”
Maria Fernanda foi a primeira contemplada e ainda outras famílias virão: resta-lhes, após estarem novamente nos seus lares, esperar que situações tão graves como o incêndio de 2017 não voltem a acontecer…
Jornal Mira Online