Ele é o vice-presidente da Câmara Municipal de Mira…
Tem, sob a sua alçada, a responsabilidade de “cuidar” das obras públicas do município mirense e da proteção civil.
Nelson Maltez “trocou” a segurança de um cargo “tranquilo” como chefe da Segurança Social de Mira, pela “incerteza” de um cargo político, e as suas consequentes “dores de cabeça”.
Quando o JORNAL MIRA ONLINE lhe pergunta porque o fez, a resposta é dada da mesma forma como todas as outras: voz baixa e pausada, que denotam uma calma interior e em antítese, uma firmeza impossível de não ser percebida: fê-lo por que “a atividade municipal é muito mais vasta do que a que exerceu, com brio, durante longos anos. Por que quer deixar “aos filhos e netos” um município melhor, em que estes tenham, cada vez mais, orgulho em viver”.
Esta é a forma de pensar deste homem, a quem Raul Almeida delegou a função de ser o seu número dois. Um homem que estudou engenharia eletrotécnica e que, por isso, na divisão dos pelouros ficou com as “áreas mais operacionais” do trabalho camarário.
Mas, é justamente aí que se retém um pouco mais da sua personalidade: entre as obras e a proteção civil… ele não tem nenhuma que lhe dê mais gozo. No conjunto, faz o seu trabalho “por inteiro” , dedicando-lhes a mesma importância.
Quanto ao que mais o preocupa, isto é algo que tem a absoluta certeza: a água e o saneamento básico, são primordiais no seu “mandato”.
Confessa ter ficado “chocado” ao saber que “chegou a acontecer problemas de rutura de saneamento” no Concelho de Mira. Deu, como exemplo, “uma bomba da Praia, que avariou, causando quase que um caos naquela altura”. Hoje – garante – “as bombas de captação estão em plenas condições de operacionalidade, e as águas são próprias para o consumo”. Mas, apesar do que se tem feito nos últimos meses, Nelson Maltez admite que “a rede está toda obsoleta, e há – ainda – dois pontos críticos: Carromeu/Ermida e Presa”.
Em suma, para Nelson Maltez e todo o Executivo que com ele trabalha, “a água de Mira necessita de um investimento fortíssimo”. Assim sendo, como o município “não tem capacidade para fazer estes investimentos necessários, resta esperar pelo novo Quadro Comunitário” que deve sair para o próximo ano.
Ao ter, também, sob sua responsabilidade, encontrou nos Armazéns Municipais, um local onde os “funcionários não sabiam, muitas vezes, o que a Câmara Municipal esperava deles! Assim, lançou um plano de descentralização dos serviços, e criou “mais meios para que os serviços municipalizados tivessem respostas mais rápidas”. Só assim, ele crê que os munícipes se possam sentir satisfeitos pela qualidade do trabalho desenvolvido…
Mas, este Executivo sabe bem, Nelson Maltez, incluso, de que num só ano é impossível conseguir tudo o que se pretende. Por isso, este foi, nas suas palavras, “um ano de conhecimento, onde se procurou perceber as fragilidades de Mira, enquanto se procurou atuar diretamente nas ações mais prementes, e não só!”. Uma destas ações, que a Câmara classificou de “urgente”, por exemplo, foi exatamente numa área “dominada” por Nelson Maltez: com um excelente relacionamento com os Bombeiros Voluntários de Mira, foram encontradas formas de se adquirirem novos equipamentos importantíssimos para a corporação. As dificuldades são enormes, sim, a nível financeiro, mas, com criatividade e uma boa dose de “atrevimento” as coisas vão sendo feitas…
Por último, um assunto “delicado”, mas que não é descurado pelo vereador: a área urbanística. Sendo certo de que todas as localidades do Concelho necessitam e devem ter o mesmo tratamento, também é verdade que, “por algum lado se tem de começar”. Desta forma, está em curso (neste momento, no papel), a implementação de obras que irão modificar “a face” do centro da vila de Mira, muito em breve. Sentiu-se a necessidade de se resolver o problema de tráfego, transformando Mira numa vila “mais voltada para os peões, do que para os carros”. As obras estão previstas para terminarem num prazo de sete meses.
Já, quando se refere ao urbanismo da Praia de Mira, Nelson Maltez diz compreender, por exemplo, a “pressão urbanística “na Videira Sul, mas salienta que esta “desvalorizou fortemente”, com o que lá está, hoje.
Assim, será necessário atuar – até porque, a Inspeção Geral do Ordenamento do Território “tem questionado a Câmara Municipal, neste momento”. Este é um problema acumulado ao longo de décadas, que terá – forçosamente – de ser corrigido em breve trecho. Assim, a Câmara Municipal tentará a legalização daquele espaço, “desde que haja participação e cooperação daqueles que lá estão”. Quando questionado sobre os “custos políticos” desta ação, ele responde que sim, que sabe que estes custos “serão elevados… mas, é do interesse do Município, e – como tal – terá de ser resolvido!”.
Assim, este homem que se define como “alguém que veio para a Câmara para dar o melhor de si”, vai seguindo a sua linha de trabalho e de ação, com a mesma dedicação do primeiro dia. Diz sentir um orgulho enorme na equipa que integra e partilha com ele, os mesmos ideais e a mesma visão para Mira.
De resto, para ele, “quando chegar a hora”, irá aguardar com serenidade” a avaliação dos munícipes. Sente que as populações estão a compreender o que tem sido feito, e isto deixa-o satisfeito. Satisfeito, sim… Mas, sempre com a visão de melhorar ainda mais… pelo Município, pela sua família, e por todos os cidadãos que aqui vivem…