13.11.2022 –
O jogador português afirma que várias pessoas tentaram forçar a sua saída do United.
Cristiano Ronaldo afirmou que se sente “traído” no Manchester United e assumiu que não tem respeito pelo treinador Erik Ten Hag, porque o contrário também não acontece.
“Eu não tenho respeito por ele porque ele não mostra respeito por mim. Se não tens respeito por mim, nunca vou ter respeito por ti”, disse o capitão da seleção nacional em entrevista ao jornalista Piers Morgan e que será publicada no jornal britânico The Sun.
Nos excertos já divulgados pelo jornal, o atleta português afirma que o clube tentou forçar a sua saída e que fez dele uma “ovelha negra”.
“O Manchester United tentou forçar a minha saída. Não só o treinador, mas também outras duas ou três pessoas que estão à volta do clube. Senti-me traído e senti que também outras pessoas não me queriam no clube. Não só nesta época mas no ano passado também”, disse Cristiano Ronaldo.
Ralf Rangnick – treinador na época trasata que tinha contrato para ser diretor desportivo, mas acabou por sair para a seleção austríaca – também não escapou às críticas: “Se nem és treinador, como é que podes ser o patrão do Manchester United? Nunca tinha ouvido falar dele.”
O ataque também atingiu o antigo colega de equipa Wayne Rooney: “Não sei por que é que ele me critica tanto. Talvez porque ele já acabou a carreira dele e eu continuo a jogar a um nível alto. Não vou dizer que sou mais bem-parecido que ele. O que seria verdade…”
O futebolista também abordou a segunda chegada ao United e que notou que nada tinha evoluído desde a saída de Alex Fergunson.
“Tal como Picasso uma vez disse: ‘É preciso destruir para reconstruir e se eles querem começar comigo, para mim não há qualquer problema. Amo o Manchester United, os adeptos, que estiveram sempre do meu lado. Mas se eles querem algo de diferente… têm de mudar muitas, muitas coisas. Sir Alex sabe melhor do que ninguém que o clube não está no caminho que deveria estar. Ele sabe. Toda a gente sabe. As pessoas que não conseguem ver isso… é porque provavelmente não querem ver ou são cegas”, apontou o jogador.
E prosseguiu: “Não sei o que se está a passar, mas desde que o Sir Alex Ferguson deixou o clube que não vejo qualquer tipo de evolução no clube, a progressão foi zero. Por exemplo, como é que um clube como o Manchester United teve de demitir Ole [Solskjaer] e depois trazem um diretor desportivo, o Ralf Rangnick, algo que ninguém consegue compreender. Este senhor nem sequer é treinador.”
“Um grande clube como o Manchester United traz um diretor desportivo surpreende-me, não só a mim como toda a gente. Nada mudou, a piscina, o jacuzzi… até o ginásio. Em termos tecnológicos, na cozinha, até o ‘chefs’, que são pessoas que eu realmente gosto e aprecio. Pararam no tempo e a mim isso surpreende-me. Isso tudo apanhou-me de surpresa porque eu esperava ver coisas diferentes, tal como já disse, em termos de infraestruturas, tecnológicos… mas infelizmente continuo a ver coisas que eu já via quando tinha 23, 24 anos”, concluiu.
No momento em que regressou ao United, havia a possibilidade de Cristiano Ronaldo jogar na cidade, mas vestido de azul. Foi Fergunson quem o impediu: “Segui o meu coração. Ele [Sir Alex Ferguson] disse-me: ‘É impossível tu ires para o Manchester City’ e eu disse: ‘Ok, chefe'”
Rui Oliveira Costa/TSF