Alegados simpatizantes do presidente Nicolás Maduro atacaram esta quarta-feira um grupo de pessoas que assistia a uma ação de campanha do líder da oposição e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles Radonski, que gerou pelo menos um ferido.
O ataque teve lugar na Cidade de Guayana, no Estado venezuelano de Bolívar (680 quilómetros a sudeste de Caracas), elevando para quatro o número de ataques a elementos da oposição ocorridos nas últimas 48 horas, no âmbito da campanha para as eleições parlamentares previstas para 6 de dezembro.
Segundo Francisco Cardier, do partido opositor Projeto Venezuelana, durante o ataque de hoje, um grupo de indivíduos em motos com ‘t-shirts’ vermelhas (a cor do Partido Socialista Unido da Venezuela) e armados, popularmente conhecidos como “coletivos”, atacaram as pessoas que se encontravam no recinto.
Na última terça-feira, um grupo de duas dezenas de homens em motos atacaram violentamente uma dezena de opositores que colocavam cartazes com propaganda eleitoral numa importante rua do populoso bairro de Cátia, a oeste de Caracas.
Segundo a imprensa venezuelana alguns dos atacantes deram pontapés nos opositores e chegaram a queimar os sapatos e a tirar a roupa de pelo menos um elemento oposicionista, enquanto os outros procuravam refúgio em casas das proximidades.
Mais de 100 cartazes com publicidade foram deitados no lixo e incendiados pelos atacantes.
No último domingo, no populoso bairro de Petare (a leste de Caracas), duas dezenas de motociclistas, com os rostos cobertos e fortemente armados, dispararam vários tiros para o ar e obrigaram um grupo de cidadãos, que faziam publicidade da oposição, a deixar o bairro.
Segundo o candidato a deputado opositor Miguel Pizarro, alguns dos atacantes apontaram as armas às cabeças dos dirigentes políticos.
Por outro lado, em Arágua (100 quilómetros a oeste de Caracas), na tarde de domingo e na noite de segunda-feira, vários candidatos da oposição foram agredidos por alegados ‘chavistas’, alguns deles armados.
A oposição responsabiliza o Governo venezuelano pelos ataques, enquanto o Partido Socialista Unido da Venezuela acusa os opositores de estarem a procurar gerar situações de violência para afetarem as eleições parlamentares.
Cerca de 19,5 milhões de venezuelanos estão recenseados para votar nas eleições de 06 de dezembro, num escrutínio em que vão ser renovados os 167 lugares que compõem o parlamento venezuelano, incluindo três representantes indígenas.
Fonte JN