Morreu o antigo ministro Mariano Gago

Mariano Gago, antigo ministro da Ciência e Ensino Superior, morreu nesta sexta-feira. Tinha 66 anos.

O investigador encontrava-se doente com cancro, mas terá sido vítima de morte súbita, disse à agência Lusa a sua secretária nos últimos 30 anos, Maria José Miguel.

Mariano Gago fez parte dos governos socialistas de António Guterres e de José Sócrates, tendo ficado “no poder” durante 12 anos. Foi ministro da Ciência e da Tecnologia de António Guterres e depois, já com José Sócrates no governo foi indigitado ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Durante a passagem pelo Governo, Mariano Gago lançou o processo de passagem de universidades a fundações, encerrou as universidade privadas Independente, Moderna e a Internacional e concretizou o processo de Bolonha em Portugal.

Mariano Gago nasceu a 16 de Maio de 1948, em Lisboa. Licenciou-se em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, em 1971.

Seguiu-se um doutoramento em Física, pela École Polytechnique – Université Pierre et Marie Curie, de Paris. Em 1976, concluiu uma tese sobre a produção e transferência de energia.

Conhecido dos portugueses, essencialmente, pela sua actividade governativa, Mariano Gago passou pelo reputado laboratório do CERN, nos arredores de Genebra, na Suíça, onde trabalhou no campo da aceleração e da colisão de partículas.

Mariano Gago foi também presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e dirigiu o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa. Foi professor catedrático do Instituto Superior Técnico.

O ex-ministro foi um dos responsáveis pela criação da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, gestora da rede de Centros Ciência Viva e publicou vários trabalhos, entre os quais “Homens e Ofícios” (1978, 1982) e “Manifesto para a Ciência em Portugal” (1990). Na obra “O futuro da cultura científica” (1994) defendeu a ciência e a tecnologia como bases para o desenvolvimento humano, social e civilizacional.

O cortejo fúnebre sai neste sábado às 12:00 horas para o cemitério de Pechão, em Olhão.

 

Jornal Mira Online com Lusa