Um dos mais prestigiados chefs franceses, Joël Robuchon, faleceu esta segunda-feira, aos 73 anos, informou o porta-voz do governo francês no Twitter.
“Joël Robuchon, chef visionário e com mais estrelas no mundo, deixa-nos hoje. De Paris a Xangai, o seu ‘savoir-faire’ constituído em arte irradiou a gastronomia francesa e continuará a inspirar a jovem geração de chefs”, escreveu o porta-voz Benjamin Griveaux.
O francês recebeu, ao longo da sua carreira, 32 estrelas Michelin e foi o mentor do mediático chefe britânico Gordon Ramsay.
Robuchon, que lutava há mais de um ano contra um cancro no pâncreas, morreu esta segunda-feira, aos 73 anos, em Genebra, na Suíça.
Apesar da doença, manteve-se ativo e abriu, recentemente, um espaço em Paris que pretendia homenagear uma das suas paixões, o Japão.
Joël Robuchon nasceu a 7 de abril de 1945, na cidade francesa de Poitiers, no seio de uma família modesta, o pai era pedreiro e a mãe empregada doméstica. Estudou num seminário, onde ingressou aos 12 anos, onde pensou entregar-se à vida religiosa. Conta o francês Le Figaro que é a ajudar as freiras na confecção das refeições diárias que descobre a paixão pela gastronomia.
Em 1978, aos 29 anos, assume o comando da cozinha de um hotel em Paris onde chefia mais de 90 chefes. Dois anos depois, abre o seu próprio restaurante, Le Jasmim, pelo qual alcança o feito histórico de três estrelas Michelin em 1984. Dez anos depois das primeiras estrelas e depois de se nomeado o “cozinheiro do século” pelo guia Gault et Millau, abre um restaurante com o seu nome na Avenida Raymond-Poincaré em Paris — nomeado como o melhor do mundo pelo International Herald Tribune.
Em 1996, despede-se das cozinhas para ser mentor de jovens chefes e integra outros projetos na área da gastronomia. A sua intenção de tornar a cozinha mais acessível ao grande público foi alcançada através de programas como “Bon Appétit Bien Sûr”, em 2000, em que apresentava receitas simples e baratas todas as semanas, ou através de “Planète Gourmande”, a partir de 2011.
Regressa ao ativo em 2003 com um novo conceito de restaurante, o “L’ Atelier Joel Robuchon”, em Tóquio. Seguiram-se outros em Paris, Monaco, Hong Kong, Las Vegas, Tóquio e Banguecoque.
Robuchon foi o chef oficial do Euro 2016, que se realizou em França. Famoso pelo seu puré de batata e pela exigência e sentido crítico na cozinha, o Le Figaro referencia-o como um “génio da gastronomia”.
“O maior profissional que a cozinha francesa já teve. Um exemplo para as futuras gerações de ‘chefs'”, escreveu o chefe de cozinha do Palácio do Eliseu, Guillaume Gómez, na plataforma de microblogues Twitter.