A atriz franco-dinamarquesa, conhecida por ter sido uma das caras da “Nouvelle Vague” do cinema francês dos anos 60, morreu este sábado aos 79 anos, avança a Agência France-Press (AFP).
Segundo declarações do seu agente à AFP, Anna Karina morreu ontem, vítima de cancro, acompanhada do seu marido, o realizador norte-americano Dennis Berry.
Conhecida por ser uma das figuras da “Nouvelle Vague” do cinema francês, Hanna Karin Barke Bayer, batizada Anna Karina em Paris por Coco Chanel, notabilizou-se principalmente pelos papéis que representou nos filmes do realizador Jean-Luc Godard, incluindo “Pedro, o Louco”, de 1965.
Nascida na Dinamarca, Karina foi para Paris ainda na adolescência para tentar ser atriz, apanhando boleias até chegar à capital francesa. Lá, começou uma carreia bem sucedida de modelo, até Godard reparar num anúncio onde a futura atriz figurava enquanto passeava nos Campos Elísios.
Juntamente com Godard, com quem também viria a ter uma relação amorosa, rodou sete filmes, incluindo “Uma Mulher é uma Mulher”, de 1961, que lhe valeu um Urso de Prata por melhor atriz no festival de cinema de Berlim.
Karina entrou também em filmes de Valerio Zurlini, Jacques Rivette, Luchino Visconti, George Cukor, Volker Schlöndorff e Rainer Werner Fassbinder.
Para além da sua carreira como atriz, Karina experimentou também a escrita, publicando quatro livros, a realização, sendo responsável por “Vivre ensemble” de 1973, e a música, gravando sucessos como “Sous Le Soleil Exactement” e “Roller Girl”, com Serge Gainsbourg.
Em 2018, a atriz dinamarquesa foi homenageada pela 71ª edição do festival de cinema de Cannes, figurando no poster oficial do certame com uma fotografia sua tirada durante a rodagem de “Pedro, o Louco”.
Karina foi convidada para participar na edição deste ano do festival IndieLisboa no âmbito de uma retrospetiva a si dedicada, mas a atriz acabou por cancelar a vinda por razões de saúde.
“O cancelamento da presença da atriz dá-se por indicação médica, inesperadas razões de saúde que, à última da hora, a proíbem de viajar”, justificou o festival.
“Hoje, o cinema francês ficou órfão. Perdeu uma das suas lendas”, reagiu o ministro da cultura francês Franck Riester, na rede social Twitter.
Foto: THOMAS SAMSON / AFP