23.11.2023 –
Este ano foram registados mais acidentes, mais vítimas mortais e mais feridos graves nas estradas portuguesas – o que pode ser justificado pelo aumento de circulação entre 2022 e 2023. As infrações por excesso de velocidade são as mais frequentes e registou-se um aumento das detenções por crime rodoviário.
Foram registados mais de 20 mil acidentes rodoviários, em Portugal, entre janeiro e julho de 2023. Segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviárias (ANSR), neste período morreram 287 pessoas e 1.523 ficaram feridas com gravidade.
Comparado com o mesmo período de 2019 – o ano de referência para as metas fixadas pela Comissão Europeia –, verifica-se uma redução no número de mortes na estrada em Portugal. Por outro lado, os dados mostram um aumento da sinistralidade e do número de feridos considerados graves.
Registaram-se no Continente e nas Regiões Autónomas mais 23 acidentes (+0,1%), menos 9 vítimas mortais (-3,0%), mais 129 feridos graves (+9,3%) e menos 781 feridos leves (-3,1%)”, pode ler-se no Relatório de Sinistralidade a 24h e Fiscalização Rodoviária de julho 2023.
Quando comparando com o período homólogo de 2022, observam-se “aumentos em todos os indicadores no continente”. Quer isso dizer que houve “mais 1.594 acidentes (8,7%), mais 31 vítimas mortais (12,4%), mais 80 feridos graves (6,1%) e mais 1.899 feridos leves (8,9%)“.
A ANSR lembra, contudo, que, entre 2022 e 2023, registou-se um “aumento da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo no risco de acidente”.
As colisões são os tipos de acidente mais frequentes – correspondendo a mais de metade dos acidentes registados – e representam também a maior percentagem de vítimas mortais (38,2%) e feridos graves (45,6%). Seguem-se os despistes e os atropelamentos.
Mais de 70% das vítimas mortais são os condutores dos veículos e mais de metade das mortes acontecem em acidentes fora das localidades. Os veículos intervenientes nos acidentes são também, na grande maioria, automóveis ligeiros (70%).
Apesar dos veículos ligeiros dominarem, a ANSR destaca que o número de acidentes com motociclos tem vindo a subir desde 2019, tendo sido registado um crescimento de 30,5% nos acidentes que envolvem motas.
Excesso de velocidade continua a ser a infração mais frequente
Nos primeiros sete meses do ano, as autoridades – PSP, GNR, Polícia Municipal de Lisboa e o Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) – fiscalizaram 81,5 milhões de veículos. Foram contabilizadas 694 mil infrações, tendo as infrações por excesso de velocidade correspondido a 67% do total.
Comparando com o mesmo período de 2022, registou-se um aumento de 21,6% nas multas passadas por excesso de velocidade. No entanto, o maiores crescimento aconteceu nas infrações relativas ao sistema de retenção para crianças (40%).
As autoridades realizaram mais de um milhão de testes de álcool, tendo sido registada uma diminuição taxa de infração (o número de infrações pelo número de testes realizados): passou de 2,1% em 2022 para 1,8% em 2023.
A criminalidade rodoviária “aumentou 12,2% por comparação com 2022”, tendo sido detidos 21,2 mil condutores. Mais de metade das detenções deveu-se à condução sob efeito de álcool, seguido da falta de carta de condução.