Bombeiros querem mais dinheiro e ameaçam com boicote.
O verão aproxima-se e com ele a época de fogos, que todos os anos queima milhares de hectares de floresta. Para já, o clima também parece estar quente nos bombeiros portugueses, com muitas corporações a ameaçar não integrar o DECIF – Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais.
A seis dias do começo da época de fogos, ainda não sabem quais as regras do jogo. “Estamos apreensivos porque desconhecemos as contrapartidas financeiras. Há corporações que ameaçam ficar de fora”, conta o comandante António Carvalho, da Federação dos Bombeiros do distrito de Lisboa.
Em causa está a falta da diretiva financeira, que o Ministério da Administração Interna disse ao CM estar em fase de conclusão. “Não sabemos quanto vão os bombeiros ganhar”, diz o responsável federativo, que prevê que os valores “sejam iguais aos de 2016”.
Se os montantes forem semelhantes, então o descontentamento continuará a reinar. “Os nossos homens morrem a ganhar 1,89 € por hora [45 € por 24 horas]. As autoridades não podem brincar com os bombeiros, que dão a sua vida por alguns trocos”, disse um comandante de corporação, que quis manter o anonimato.
O CM pediu esclarecimentos ao MAI, que avançou que o documento será publicado até ao dia 15. “A Circular Financeira, e ao contrário do que acontecia até aqui, vigorará até 31 de dezembro, contemplando não só despesas referentes aos incêndios florestais, mas também a todas as outras situações de emergência”, esclareceu o ministério.
Fonte: CM
Foto: Nuno André Ferreira / Lusa