A Câmara Municipal de Mira manifestou hoje disponibilidade para acolher entre 100 a 150 refugiados e está a criar uma plataforma ‘online’ para ajudar a responder às necessidades do povo ucraniano.
O município organizou um gabinete de apoio e está a preparar uma plataforma ‘online’, através da qual o utilizador pode anunciar que precisa de ajuda ou que pode ajudar.
Para o vereador da Ação Social, Solidariedade e Habitação Social, Bruno Alcaide “Esta plataforma serve como uma base de dados para responder às necessidades”. “A plataforma vai estar disponível em breve, através de um ‘link’ disponível no ‘site’ do município”, acrescentou o vereador.
A Câmara Municipal de Mira reuniu no passado dia 3 de março com imigrantes ucranianos residentes no concelho, de modo a ouvir as necessidades e dificuldades do povo ucraniano com o atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nessa mesma reunião foi possível verificar que “há dificuldade em colocar no seu país os bens recolhidos que têm sido doados” devido ao custo de transporte.
No seguimento da reunião, a autarquia decidiu financiar o transporte de bens recolhidos com destino à Polónia e paralelamente a autarquia tem enviado esforços no levantamento de soluções para acolher refugiados no concelho. Atualmente, estão identificadas 70 camas para o alojamento temporários de refugiados, assim como está também providenciada alimentação, roupa ou medicamentos. Ao nível da habitação, o município informa que a Casa da Sagrada Família, uma residência da Casa da Infância Doutor Elysio de Moura, e ainda um apartamento dos bombeiros, vão ser os espaços em Mira onde os refugiados vão ser alojados.
“Essas instituições disponibilizaram-se a emprestar o espaço ao município, para a Câmara depois fazer a coordenação e as pessoas poderem ir para lá”, sublinhou o presidente da Câmara, adiantando ainda que já há particulares a oferecerem casas para acolher refugiados ucranianos, estando neste momento o município a recolher informação a esse respeito.
A autarquia reuniu ainda com a rede social do município para dar resposta à integração dos refugiados e identificar o que cada instituição pode oferecer.
Atualmente, está a ser feito o contacto com as empresas, com o objetivo de “recolher informação dos empregos disponíveis ou da disponibilidade de emprego, para que eles [refugiados] depois tenham o seu trabalho”, explicou o autarca mirense.
Na reunião de Câmara realizada ontem, 9 de março, foi ainda aprovado, por unanimidade, o voto de solidariedade para com o povo ucraniano, que vai ser endereçado à Assembleia Municipal para votação.