MIRA-CONHECENDO OS MOINHOS…

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No “Dia dos moinhos” a manhã correu muito bem  pelos lados de Mira. Apesar do tempo “sombrio” que afastou muitas pessoas que pudessem estar interessadas em fazer o circuito, lá apareceram algumas interessadas em adquirir mais cultura, ou simplesmente ter uma manhã diferente e bem passada. Tendo começado no Cartaxo e terminado na “Quinta dos Moinhos d´Areia”, foram três horas de muitíssimas (boas) informações prestadas pelo “cicerone” Nuno Rico, que lá foi deixando pistas da vida que levavam os moleiros  e que alguns poucos ainda levam. Por isso, como exemplo  deixaremos aqui um pouco sobre os “Moinhos da Fazendeira” e os “Moinhos d´Areia”…Na Fazendeira fomos muito bem rececionados pelo  Sr. Fernando dos Santos Cruz que, há muito tempo cuida da propriedade da viúva do Sr. Manuel Ribeiro dos Santos.Com o seu jeito afável e simpático foi contando que lá existem seis moinhos, sendo que neste momento  somente um está a ser utilizado. No auge desta atividade, há meio século atrás, todos eles trabalhavam em pleno. A capacidade de utilização hoje  é a mesma, mas não são necessários. Para além do local da moagem, o que impressiona ali é o espaço envolvente de uma pacatez que inspira qualquer pessoa a dar uma “escapadinha” da vida louca das cidades, para passar ali um dia fantástico. Aliás, quem quiser fazê-lo, é só procurar pelo Sr. Fernando Cruz. Com a aceitação da cedência do espaço  quem lá vai só precisa levar os “comes e bebes”  e deixar limpo à saída, como encontrou à entrada. De certeza que ninguém se arrependerá de passar ali um dia diferente! Mas, deixemos este pequeno aparte e voltemos ao tema desta reportagem…Os moinhos tinham a finalidade de alimentar o povo. Assim sendo, naquela altura os moleiros iam à procura de agricultores que precisassem das suas moagens…Segundo Nuno Rico, que é um engenheiro florestal tão apaixonado por este assunto que “consegue arranjar  tempo” para se dedicar à  “Ass. Amigos dos Moinhos e Ambiente da Região da Gândara”  os “Moinhos da Lagoa de Mira”, na verdade não morreram. Estão – praticamente – todos operacionais.Também foi possível conhecer “ti” Fernando Laranjeiro, um verdadeiro “ex-libris” desta atividade. Um homem ainda no ativo, que lá nos foi-nos contando algumas peripécias deste trabalho que hoje está já quase “fora de moda”, mas de tanta importância sócio-cultural e económica. Pelo caminho até a última paragem, foi-nos mostrado os “Moinhos do Arraial”, localizado no Casal de São Tomé que é propriedade do “ti Sorna” , Sr. Manuel Perdiz, que -pelo avançado da idade – não pôde estar presente  mas que é o único que foi moleiro durante toda a vida. Por fim, chegou-se aos “Moinhos d´Areia”  onde nos esperava-nos o Sr. Manuel “Reco” que foi a pessoa que renovou e reconstruiu toda a estrutura daqueles moinhos.Como não podia deixar de ser, foi outro “poço de sabedoria” que nos apareceu pela frente! Profundo conhecedor dos moinhos, foi-nos contando que aquele que nos mostrava (e estava a trabalhar) tinha uma gamela com capacidade para oitenta quilogramas, sendo que consegue moer cerca de trinta e seis quilos por dia. E, imediatamente na ala ao lado fica a secção de secagem do arroz…Na “Quinta dos Moinhos d´Areia” faz-se moagem a: arroz, trigo e centeio, e ela tem capacidade para produção interna e para vendas.Também ali, num outro espaço maravilhoso, há a possibilidade de se passar um dia muito agradável  nos mesmos moldes da “Fazendeira”.E assim se passou  uma manhã repleta de belezas naturais e conhecimentos novos.Certamente que aqui não haveria espaço para transmitir toda a carga de informações que nos foi prestada. Mas, na verdade é melhor assim!O melhor mesmo, é  “quem o desejar fazer “ seguir por estes trilhos no meio da floresta e procurar falar com estes homens que lutam diariamente por manter uma atividade tão apaixonante como trabalhosa  a funcionar. Ver tudo com seus próprios olhos. “Enxergar” ali, um pouco da história que está envolvida em cada mó, em cada ferramenta, em cada tijolo daquelas construções.Temos quase que toda a certeza que quem o fizer, dará por muito bem empregue o tempo em que ali estiver…

Se nunca viu um moinho a trabalhar, pode vê-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XHPzLb3QO9Q&feature=em-upload_owner