A ministra da Agricultura e da Alimentação defendeu hoje um reforço da capacidade de produção da aquacultura, considerando-a “determinante” enquanto atividade complementar da pesca.
“Temos que reforçar a nossa capacidade de produzir alimentos e a aquacultura é uma oportunidade para contribuir para o desenvolvimento económico e ambiental dos nossos recursos”, disse Maria do Céu Antunes, que falava à agência Lusa após uma visita à antiga Acuinova, agora Flatlantic, sediada em Mira, no distrito de Coimbra.
Para a ministra, face à necessidade de aumento da quantidade de alimentos disponíveis devido ao crescimento da população mundial, é fundamental aumentar a produção com recurso à aquacultura, setor que pode contribuir para a sustentabilidade dos recursos marinhos portugueses.
Maria do Céu Antunes considerou que aquela unidade produtora em Mira é “um excelente exemplo” para outros investimentos na área, tendo criado postos de trabalho, alguns dos quais “altamente qualificados”, num concelho marcado pela tradição piscatória. “Queremos mostrar um setor ligado aos nossos recursos marinhos que é sustentável nas três dimensões – económica, social e ambiental – e queremos continuar a apoiar este setor, seja por via do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] ou do Mar 2030, para garantir segurança no abastecimento alimentar”, frisou.
A ministra referiu que o Governo não tem uma meta definida para o aumento da produção da aquacultura, mas assumiu querer fazê-lo, “com objetivos claros para se assumirem compromissos com o setor”. Também presente na visita, que os jornalistas não puderam acompanhar, o presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, destacou o trabalho que foi feito nos últimos anos naquela unidade, que chegou a estar em processo de insolvência e que acabou por ser revitalizada após a mudança de investidores.
A diretora executiva da Flatlantic, Renata Serradeiro, referiu que o objetivo da empresa é chegar a 2032 a produzir seis mil toneladas de pregado e dez mil de linguado, por forma a afirmarem-se como líderes na produção de peixes planos. A unidade tem, neste momento, cerca de 180 trabalhadores, mas o objetivo será aumentar os postos de trabalho à medida que for aumentando a capacidade de produção, acrescentou.
Lusa