12.06.2025 –
A Praia da Tocha foi palco, esta quarta-feira, 11 de junho, de uma recriação da Arte-Xávega, uma prática de pesca artesanal com raízes seculares no litoral centro português. A iniciativa juntou cerca de mil participantes, entre alunos, professores, assistentes, pais, encarregados de educação e elementos da comunidade local, numa ação promovida pelo Agrupamento de Escolas Gândara-Mar.
Logo pela manhã, o barco saiu para o mar e lançou as redes. Momentos depois, os primeiros peixes começaram a saltar, arrancando expressões de surpresa e entusiasmo dos mais jovens. Para muitos, foi a primeira vez a testemunhar ao vivo a chegada do peixe à praia – um momento simbólico que marca o fim da faina e a divisão dos quinhões entre os arrais.
A recriação contou com o apoio de várias entidades locais, entre elas a companha de pescadores, a Proteção Civil Municipal, os presidentes das juntas da Tocha e da Sanguinheira, e os vereadores Pedro Cardoso e Fernando Pais Alves.
Para Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede e responsável pelo pelouro da Educação, “trata-se de uma iniciativa meritória do Agrupamento de Escolas Gândara-Mar, da maior relevância em termos educativos e culturais. É uma forma de envolver a comunidade, preservar a memória histórica e identitária deste território e unir gerações. É assim que se constrói o futuro”.
João Gomes, diretor do Agrupamento, destacou a importância de manter viva esta prática tradicional: “A Arte-Xávega conta com cada vez menos praticantes. O nosso mar é exigente e nem sempre permite sair para a pesca. Por isso, esta é uma forma de tentar preservar a atividade e dar-lhe maior visibilidade”.
A atividade assumiu, assim, um duplo propósito: educativo e cultural, proporcionando aos mais jovens uma ligação direta com o património imaterial da região e contribuindo para a valorização de uma tradição que é, também, uma expressão de identidade local.