Metade das empresas portuguesas quer contratar

Inquérito conclui que patrões estão a apostar mais em planos de pensões para evitarem que os colaboradores tenham de prolongar a vida activa além da idade da reforma.

Metade das empresas portuguesas prevê aumentar o número de trabalhadores até ao final do ano, revela o estudo sobre compensação e benefícios realizado pela consultora Mercer.

De acordo com o inquérito, 44% dos patrões querem manter o número de colaboradores e apenas 7% admitem reduzir os quadros.

O número de empresas dispostas a contratar colaboradores praticamente duplicou face a 2015, um “sinal positivo”, diz à Renascença Tiago Borges, responsável pelo estudo Total Compensation Portugal 2016.

“Confirmando-se estas intenções por parte das empresas é de esperar que a tendência de diminuição da taxa de desemprego continue”, mas “não propriamente porque a economia atravesse uma fase fulgurante”, afirma Tiago Borges.

As empresas que tencionam contratar fazem-no porque, depois de terem passado por “um período muito longo em que tiveram de fazer um conjunto de ajustamentos e reestruturações durante o período de crise, neste momento estão a redimensionar novamente os seus efectivos”, sublinha.

As respostas dos mais de 300 dirigentes das 305 empresas inquiridas indicam, também, que aumentaram os salários dos recém-licenciados e que os planos médicos são um benefício comum no total da amostra.

Os planos de pensões são a medida que mais se destaca. Na opinião de Tiago Borges, demonstra a preocupação das empresas com o futuro dos funcionários e com o seu próprio.

“A taxa de substituição da reforma face ao salário é cada vez menor. O que acontece é que as empresas para complementarem e para evitarem que os colaboradores tenham de prolongar a vida activa além da idade da reforma, o que também poderia trazer problemas para as organizações, tendem a começar a olhar para os planos de pensões de forma a complementar a reforma da Segurança Social e permitir que os colaboradores tenham uma situação mais confortável à data da aposentação.”

O estudo foi realizado entre Março e Maio deste ano. Baseou-se em empresas de serviços (30% da amostra), do sector financeiro (10%), área industrial (15%), bens de consumo (13%), grande distribuição (10%) e tecnologias da informação (10%), entre outros sectores.

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