Estima-se que 83,4 milhões ou 29 % dos adultos (15-64 anos de idade) na União Europeia, já consumiu, pelo menos, uma droga ilegal. Dados do novo Relatório Europeu sobre Drogas: Tendências e evoluções, de 2022.
Nos 27 o problema das drogas, dos sem-abrigo, a gestão de perturbações psiquiátricas e a redução da criminalidade juvenil estão interligados.Em alguns países, assiste-se a níveis mais elevados de violência e corrupção impulsionados pelo mercado da droga. E a maioria das pessoas com problemas de drogas acabará por diversificar as substâncias que consome.
O diretor do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, explicava que “n__os últimos anos, as pessoas estão a escolher mais substâncias”, incluindo algumas que “não foram previstas para esse fim”. Alexis Goosdeel referia que há “uma tendência, entre os seres humanos, para procurarem, cada vez mais, substâncias mais potentes”. A juntar a este facto há o fator pandemia de Covid-19 que “teve um impacto negativo muito forte na saúde mental, especialmente nos grupos vulneráveis”, sublinhava o responsável do referido organismo. “E há a crise económica. Todos estes elementos contribuem para um aumento da pressão do mercado sobre os consumidores existentes ou potenciais”, concluia Goosdeel.
A oferta e o consumo de drogas, ligeiramente refreados em 2020 pela crise sanitária, voltaram, em 2021, a máximos pré-pandémicos, adverte o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.
A análise das águas residuais de 75 cidades de 25 países – 23 da União Europeia, Turquia e Noruega – revelou “um aumento global” da deteção de canábis, cocaína, anfetaminas e metanfetaminas.
No relatório conclui-se que este mercado evoluirá, cada vez mais, para o digital, potenciado, também, pelos constrangimentos vividos durante a pandemia. As redes sociais e os sistemas encriptados começam a ser muito utilizados para facilitar a compra de drogas.
Euronews/ Nara Madeira com AFP