O 44º aniversário do 25 de abri de 1974 foi celebrado, hoje, nos Paços do Concelho da Mealhada, com discursos, de todos os partidos com assento na Assembleia Municipal, muito elogiosos à coragem dos militares que promoveram a “Revolução dos Cravos” e ofereceram a liberdade a todos os portugueses.
João Louceiro, do PCP, foi o primeiro a intervir nas cerimónias decorridas no salão nobre da Câmara Municipal. O deputado comunista enalteceu o papel dos “capitães de abril” e as conquistas de direitos dos trabalhadores, das mulheres, das famílias, na sequência da revolução de 1974. “Abril foi um gigantesco passo na transformação e evolução das aldeias e das cidades”, salientou João Louceiro.
Já Ana Luzia Cruz, do Bloco de Esquerda, referiu que “celebrar o 25 de abril é lembrar um país até aí pobre, que chamava vadios aos pobres, aos indigentes, aos homossexuais. É lembrar uma guerra injusta”. A deputada bloquista salientou como uma das principais conquistas da “Revolução dos Cravos” o direito à greve. Leonor Gaspar, da Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, falou da melhoria do acesso ao ensino e do aumento da qualidade das vias de comunicação como dois exemplos de conquistas do 25 de abril de 1974. Mas, por outro lado, lamentou a falta de educação cívica e a indisciplina nas escolas portuguesas. “E eu sei bem do que falo”, assegurou.
O representante do PS, José Calhoa, optou por falar mais da realidade concelhia após a revolução de abril. “O concelho da Mealhada evoluiu bastante. Temos mais serviços, mais indústrias, mais empresas, mais postos de trabalho, mais e melhores condições a todos os níveis”, afiançou José Calhoa.
Já a presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, Daniela Esteves, lamentou o facto de o povo português ainda não ter conseguido agradecer, como deve ser, o facto de poder viver, hoje, sem freios.
Emocionado, o presidente da Câmara, Rui Marqueiro, usou da palavra para lembrar os colegas de escola de morreram na guerra do Ultramar. O autarca socialista criticou os que dizem mal do atual sistema político em Portugal, citando, para o efeito, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que afirmou que “a democracia é a pior forma de governo, à exceção de todos os outros já experimentados ao longo da história”. Ou seja, explicou Rui Marqueiro, “o político conservador queria com isto dizer que a democracia é o menos mau dos sistemas políticos possíveis. Não compreendo, por isso, como é que alguns dizem tanto mal do atual sistema democrático que vigora em Portugal”. ” Onde é que encontram uma sociedade mais perfeita do que a sociedade europeia atual?”, questionou o autarca da Mealhada.