A mais recente reunião da Assembleia Municipal de Mira, realizada no dia 25 de Janeiro, esteve bastante… agitada. O Jornal Mira Online falou com dois dos intervenientes (Paulo Grego e Mário Maduro) e ouviu, de ambos, as duas opiniões sobre o mesmo assunto.
A longa reunião transformou-se, a dado momento, num duelo verbal entre Mário Maduro e alguns Deputados do PS, o que terá deixado mossas, quiçá, para para futuras reuniões. De um lado, os socialistas confessam-se “espantados com o facto do Dr. Mário Maduro ter ultrapassado todos os limites toleráveis em Democracia” segundo as palavras destes . Realçam ainda o facto de que “tanto o Executivo como a bancada do PSD” não terem feito “nenhuma chamada de atenção/intervenção” ao que consideram ser “um comportamento anti-democrático e prepotente” do Presidente da Assembleia Municipal de Mira.
Do outro lado da barricada, fica o acento tónico de “incompreensão por essa polémica existir” por parte de Mário Maduro que, em entrevista ao Jornal Mira Online garante não ver motivos para que alguém, na Assembleia “pudesse se sentir incomodado” com as suas palavras. Mais ainda, o Presidente da Assembleia Municipal afirma que “caso seja necessário, serei perfeitamente capaz em retratar-me perante os senhores Deputados”.
“Aquilo que posso transmitir, com toda a certeza”, continua, “é que a Assembleia decorreu normalmente, com perguntas e respostas, diferentes opiniões sobre alguns assuntos… como aliás, é próprio em Democracia”. Explicando que é Presidente, mas não está sozinho e que o papel que lhe é incumbido é o de “cumprir e fazer cumprir o regimento”, Mário Maduro deixa claro que “não penso ser nada de excepcional o que se passou e, por isso – com franqueza – tudo o que foi criado à volta deste assunto são fait divers com os quais não alinho, porque não alimento polémicas!”.
Para encerrar o tema, Mário Maduro dá um exemplo que considera “bastante clarificador do que se passou”: “Deixamos que fosse colocado em acta – e colocamos – o ponto que eles consideravam importante… a ABMG. O que não tínhamos de fazer, era dar voz a um grupo de cidadãos que se intitula “pela saída da ABMG” mas que não são de Mira… e isso faz toda a diferença. Estamos em Mira e damos voz aos mirenses!”.
Dito isto, fica para memória futura o sentimento de Paulo Grego, Deputado do Partido Socialista, com quem Mário Maduro teve uma troca de palavras um pouco mais acesa. O empresário e Deputado concorda com a opinião do Presidente da Assembleia, de que “houve o funcionamento normal” desta, entretanto dá voz à sua tristeza pessoal “porque na parte final, o Dr. Mário Maduro não foi correto comigo, nem bem educado”.
“Enquanto pessoa, não considero ser importante o que se pssou, mas como representante da população que me elegeu, confesso que acreditava que depois do 25 de Abril, cenas destas não aconteceriam… mas, aconteceram! Chego a conclusão que pouco ou nada mudou na nossa Democracia, infelizmente e, confesso que senti-me desrespeitado durante a Assembleia, por quem deveria ser o garante da imparcialidade e respeito por todos”.
Francisco Ferra / Jornal Mira Online