O Presidente da República decretou hoje a renovação do estado de emergência em Portugal até 14 de fevereiro, para permitir medidas de contenção da covid-19, e defendeu que é preciso agir depressa e drasticamente.
“Vivemos o período de longe mais difícil da pandemia que dura há quase 11 meses. Temos dos mais elevados números da Europa. A variante inglesa do vírus surgiu e propagou-se vertiginosamente abarcando mais de 50% dos casos em áreas como a Grande Lisboa. A pressão sobre a estruturas da saúde, sobretudo nessa Grande Lisboa, é extrema. O número de mortes cresce a um ritmo há meses inimaginável e com ele cresce a perigosa insensibilidade à vida e à morte, mesmo de familiares, amigos, vizinhos, companheiros de tantos lances da vida. Com essa insensibilidade crescem ainda a negação do vírus, da sua gravidade, a negação da necessidade do estado de emergência e até do confinamento. Mas nada disso, nenhuma dessas negações, resolve a multiplicação dos mortos, as esperas infindáveis por internamentos, o sufoco dos cuidados intensivos, o sofrimento de doentes covid e não covid”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa numa declaração ao país poucas horas depois da Assembleia da República ter aprovado a prorrogação do estado de emergência até 14 de fevereiro e da conferência de imprensa do Conselho de Ministros ter anunciado as novas medidas que vão entrar em vigor.
O Presidente da República sublinhou que “o que verdadeiramente importa nestes momentos mais difíceis e mesmo mais dramáticos é não perder a linha de rumo, não perder a determinação, não perder a capacidade de resistir, de melhorar e de agir”.
“Se for verdade que desta vez a vaga começou a ocidente e Portugal é dos primeiros e não dos últimos a sofrer com a pandemia, então é preciso agir depressa e drasticamente. É esse o sentido das medidas hoje mesmo tomadas ao abrigo do decreto que assinei logo após a autorização da Assembleia da República. Temos de ser mais estritos, mais rigorosos, mais firmes no que fizermos e no que não fizermos. Ficar em casa, sair só se imprescindível e com total proteção pessoal e social. Só assim será efetivamente viável testar a tempo e rastrear os possíveis infetados diminuindo a disseminação do vírus”, avisou.