O Presidente da República afirmou na quarta-feira à noite esperar que o Governo, a partir de hoje, abra caminho a “um discurso de transição da pandemia para o pós-pandemia” de covid-19, “um discurso pela positiva, da esperança”.
Numa edição do programa “Circulatura do Quadrado” transmitida em direto na TVI24 a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, em que participou como convidado especial, Marcelo Rebelo de Sousa declarou ter “uma visão favorável quanto à situação sanitária” em Portugal, considerando que “a vacinação tem avançado muitíssimo bem”.
A realidade tem acompanhado a vacinação, sem grande pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com uma estabilização tendencial do número de mortes, e portanto eu diria que em condições de o Governo poder amanhã [quinta-feira] e depois abrir caminho para aquilo de que todos necessitamos, que é um discurso de transição da pandemia para o pós-pandemia — não é só na economia, é na sociedade, é na saúde mental, em tudo”, acrescentou.
Mais à frente neste programa, que tem como comentadores permanentes José Pacheco Pereira, António Lobo Xavier e Ana Catarina Mendes e é moderado por Carlos Andrade, o Presidente da República retomou este tema e antecipou “uma nova narrativa” por parte do executivo chefiado por António Costa.
“Eu acho que o Governo vai definir — eu não gosto da expressão, mas agora está na moda — uma nova narrativa explicativa, um novo discurso, que não pode ser já o do receio, do medo, legítimo durante um longo período. Tem de ser um discurso pela positiva, da esperança”, disse.
O chefe de Estado referiu-se depois à atuação das autoridades sanitárias, manifestando-se preocupado com “a coerência do discurso”, e pediu que as decisões sejam consistentes, sem regras desconexas aplicadas nos diferentes setores, como a restauração e o desporto.
Em Portugal, já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram registados mais de 960 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Lusa