09.11.2023 –
10 de Março de 2024: esta é a data escolhida pelo Presidente da República
“A força da Democracia é esta: não ter medo do povo” afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
A exonaração do Primeiro Ministro acontecerá em Dezembro.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, no seu discurso a “elevação do gesto e respetiva comunicação aos portugueses” da demissão de António Costa feita pelo próprio primeiro-ministro demissionário e realça a recuperação económica e a forma como enfrentou os conflitos que surgiram recentemente a nível mundial.
O Presidente da República agradeceu também a disponibilidade do mesmo para assegurar funções até ser substituído.
Reações dos Partidos:
PSD:
Para Luís Montenegro, “era inevitável que a palavra fosse devolvida ao povo português”.
O líder social-democrata diz que “é urgente restabelecer o prestígio, a credibilidade e a confiança das pessoas nas instituições democráticas” e diz que “é preciso cortar o mal pela raiz” e “virar a página do empobrecimento”.
“Quero dizer aos portugueses que vamos disputar estas eleições com humildade e proximidade com as pessoas, as famílias, as empresas e as instituições portuguesas, mas também vamos enfrentar este ato eleitoral com ambição”, assegura.
Relativamente ao Orçamento do Estado, Montenegro “percebe a decisão do Presidente da República” para não penalizar “a vida das pessoas”, mas garante que, caso o PSD vença as eleições, que as divergências maiores “serão corrigidas”.
CHEGA:
O presidente do Chega, André Ventura, aponta que o final de fevereiro poderia acautelar a decisão na liderança do PS, “mas assim o que vai acontecer é que o primeiro semestre do próximo ano do ponto de vista económico está absolutamente ocupado por este OE que vai ser aprovado”.
Assim, para Ventura, o novo Governo “só vai começar a governar no verão ou um bocadinho depois”.
BE:
Pelo Bloco de Esquerda, o deputado Pedro Filipe Soares reitera que a decisão do Presidente da República era a única saída possível para a crise política.
“Em democracia, os problemas resolvem-se com eleições, com a voz dos eleitores, do nosso povo”, atira o deputado bloquista.
Sobre o Orçamento do Estado, a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa “não altera a qualidade” do documento, visto que o BE já votou contra e vai voltar a votar contra.
O Bloco de Esquerda preferia que as eleições fossem “mais cedo”, mas compreende que esta foi a “indicação que o Presidente da República deu para que fossem acauteladas todos os procedimentos democráticos para que todos os partidos fossem livremente a eleições”.
LIVRE:
Rui Tavares, do Livre, assinala que “não há como dourar a pílula” e que o que Portugal enfrenta não é apenas uma crise política que se resolve com eleições: “É mais sério do que isso, uma crise de regime que todos nós temos de contribuir para debelar.”
O deputado único do partido aponta a necessidade de “salvar a democracia deste tipo de enquistamentos”, sendo para isso preciso “a cidadania inteira” e que os grandes projetos do país sejam “transparentes, rigorosos e responsabilizados”.
“O que está errado não é Portugal querer combater as alterações climáticas, não é Portugal querer subir na escala de valor em termos de economia: é isto tudo ser feito com os métodos da democracia antiga, opaca, personalizada e muitas vezes capturada por interesses privadas”, assinala, pedindo mudanças na “cultura de poder, tanto político quanto judicial”.
Para tal, a cidadania deve manter uma “vigilância serena”, impedindo que atores “populistas e autoritários, que mesmo que agora tentem fazer-se passar por pele de cordeiro, na verdade quererão usar as regras da democracia para a subverter”.
PCP:
O PCP defende que as eleições “deveriam ser realizadas mais cedo e não há justificação para o seu protelamento”. A partir do Parlamento, Paula Santos garantiu que o partido “não vai deixar de intervir” na discussão do Orçamento do Estado para “garantir os direitos consagrados na nossa Constituição”.
“A resolução dos problemas que afetam a vida diária dos trabalhadores e do país exigem a rotura com opções políticas de favorecimento dos grupos económicos, que são prosseguidas pelo Governo do PS e têm sido no essencial acompanhadas por PSD, CDS, IL e Chega”, apontou.
PAN:
O PAN considera que a data das eleições marcadas pelo Presidente da República “vai ao encontro” do que o
PAN defendeu quando referiu que este Orçamento do Estado “deve ser trabalhado na especialidade”.
“Pode ser um orçamento da Assembleia da República, pode ser que o Partido Socialista saia pela primeira vez da sua bolha”, diz Inês Sousa Real, referindo que “não seria o orçamento que o PAN apresentaria”, mas tem várias políticas que o partido defende.
Inês Sousa Real apela a que “o combate à crise climática não se faça da forma como ocorreu com opacidade e falta de transparência” e pede que “estes casos não afastem as pessoas da vida política”.
“O PAN cá estará para se apresentar a eleições”, garante a porta-voz do partido.
INICIATIVA LIBERAL:
O líder da IL, Rui Rocha, quer por “Portugal a crescer e a funcionar” e assume o compromisso do partido em recuperar os serviços públicos “para que os portugueses possam ter acesso à saúde, ao transporte e à educação”.
Quanto à data das eleições – 10 de março de 2024 -, diz esperar que seja “a última vez em que o PS atrasa o país”, argumentando que, na perspetiva da IL “havia condições e devia haver uma data mais próxima” para as realizar.
“O que é fundamental celebrar e sublinhar é que os portugueses vão ser chamados a decidir o seu futuro e há uma enorme oportunidade para que esse futuro seja de transformação, com oportunidades e ambição”, resume.
Jornal Mira Online