Foi inaugurada a 6 de outubro, na Biblioteca Municipal, a exposição de maquetes “Viagem a Cantanhede do passado”, que é o culminar de um trabalho realizado pelo artesão Carlos Garcia.
A mostra é constituída por 12 maquetes em madeira, representando alguns dos mais relevantes edifícios históricos, civis e religiosos de Cantanhede, alguns deles já desaparecidos, com pormenores únicos e de manifesto interesse cultural, que o autor construiu pacientemente ao longo de vários anos. Os trabalhos aqui apresentados tiveram como ponto de partida para a sua realização, fotografias antigas destes imóveis, que outrora existiram na cidade.
A exposição nasceu do gosto de Carlos Garcia em realizar trabalhos manuais, nomeadamente em marcenaria e pintura, a partir dos quais se dedica a criar peças artísticas, geralmente relacionadas com temas religiosos ou históricos.
Sobre Carlos Garcia
Carlos de Jesus Garcia nasceu a 20 de agosto de 1932. Estudou até à 4ª classe e as suas primeiras profissões foram as de latoeiro, carpinteiro e marceneiro.
Casou em 1954 com Mª Luísa da Silva Gonçalves, com a qual teve três filhos.
Industrial de marcenaria, Carlos Garcia dedicou-se, também, a muitas outras ocupações. Manta de Retalhos, o seu primeiro livro, conta-nos pedaços da vida do autor, que foram unidos nesta obra.
Numa curta descrição, o autor apresenta-se:
“A minha vida profissional foi a de industrial de marcenaria. Nas minhas horas de lazer, se é que as tive, sempre quis trabalhar para o engrandecimento da minha terra, Cantanhede. Fui “pau para toda a colher”, e o que fiz, foi com entusiasmo e dedicação. Enumero aqui algumas das actividades que prestei. Na Sociedade Columbófila de Cantanhede, na secção de teatro durante oito anos, na direção do Clube de Futebol Os Marialvas durante dois anos, no Rancho Regional Os Esticadinhos de Cantanhede durante vinte anos; colaborei durante vários anos nos programas de rádio: Rádio Conhecer para Viver e Rádio Cantanhede Ridente; na realização do Museu Rural e Etnográfico de Cantanhede; vários anos nos Corsos de Carnaval, no cortejo de S. Tiago, nas marchas populares; na feitura de vários mosaicos tipo românico; na comunidade da Igreja, colaborei durante vinte anos na catequese, quarenta anos na ação dos curcilhos de cristandade, na celebração da palavra, na comunhão aos doentes; fiz o filme documentário sobre Nossa Senhora de Vagos e, por fim, este pequeno livro [Manta de Retalhos]. Não estou arrependido pelo que fiz e continuarei a fazer, porque tive uma coisa maravilhosa: o apoio incondicional da minha esposa e a graça e saúde que Deus me deu.”
Para além de Manta de retalhos (2005), Carlos Garcia é autor de Cantanhede: memórias para o futuro (2006).