Mais de 26 mil famílias pediram ajuda por endividamento este ano

A Deco recebeu pedidos de ajuda de 26.080 famílias sobre-endividadas até 25 de outubro, mais 50 pedidos do que em igual período de 2016.

Dos mais de 26 mil pedidos apresentados, apenas cerca de 2 mil processos estão a ser acompanhados pela DECO, tendo em conta que, em muitos casos, a associação já não foi a tempo de intervir, por motivos legais.

Em declarações à TSF, Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado, disse que os 2 mil casos selecionados “são famílias que estamos a acompanhar e a tentar ajudar a renegociar os créditos, no sentido de conseguirem reequilibrar a sua situação financeira”.

O desemprego continua a ser a principal causa do endividamento das famílias portuguesas, representando 30% dos casos que chegaram à DECO. Em segundo lugar, está a “deterioração das condições de trabalho”, que representa 23,4% dos pedidos, seguindo-se os casos de execuções/penhoras, divórcio/separação e doenças/incapacidade, com 10% cada.

Natália Nunes alerta que estão também a surgir novas causas para o endividamento, como os “negócios/investimentos mal-sucedidos” (3,7% dos casos) e as “burlas/fraudes” (1,6% dos casos).

A DECO alerta as famílias para serem “mais responsáveis na forma como lidam com o dinheiro”. Natália Nunes salienta a necessidade da “poupança, para os imprevistos e para acautelar o futuro quanto à questão da reforma”.

As taxas de poupança das famílias são “historicamente baixas”, segundo a DECO, e as famílias “continuam a recorrer ao crédito”.

Natália Nunes sublinha que a responsabilidade não é apenas das famílias, mas também dos bancos. “É a banca que está a conceder esses mesmos créditos”, disse.

A taxa de esforço média dos consumidores que pediram ajuda à Deco até ao momento, este ano, foi de 70,8%, acima dos 67% de 2016, divulgou a associação.

 

Fonte: TSF