Mais de 25 mil pessoas foram assassinadas no Brasil no primeiro semestre do ano, período em que também foram registados 648 casos de feminicídio, indicou o último relatório do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar das restrições de confinamento social impostas entre abril e maio devido à pandemia do novo coronavírus, os homicídios aumentaram 7,1% nos primeiros seis meses de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.
De acordo com o relatório, divulgado no domingo e elaborado anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mortes violentas intencionais em 2019 caíram 17,7% em relação a 2018, mas os números mostraram uma mudança de tendência.
“Apesar da queda em 2019, já havia evidências no último trimestre daquele ano de que as mortes violentas estavam a aumentar de novo. Essa tendência de crescimento foi observada no primeiro semestre de 2020”, referiu o estudo.
O relatório também destacou o aumento das mortes por intervenção policial, que cresceu 6%, passando de 3.002 nos primeiros seis meses de 2019 para 3.181 no primeiro semestre de 2020.
Em 2019 foram contabilizadas 6.357 mortes por intervenção policial, 2,9% a mais que em 2018 e um número recorde desde que o Fórum passou a contabilizar esses tipos de casos em 2013.
A última das 14 edições do Anuário produzidas pelo Fórum reúne informações estatísticas sobre crime e violência no Brasil para o ano imediatamente anterior (2019), mas desta vez o estudo também incluiu dados do primeiro semestre de 2020.
A violência contra as mulheres também cresceu no primeiro semestre, ainda que ligeiramente.
A violência de género, principalmente dentro dos lares, também cresceu nos primeiros seis meses do ano.
No ano passado, ocorreram 266.310 ataques contra mulheres em casa, 5,2% mais do que aqueles ocorridos em 2018, o que representa, em média, um a cada dois minutos. E foram registadas 66.123 violações, uma média de uma a cada oito minutos.
Ao contrário dos homicídios e da violência contra a mulher, os roubos de todos os tipos diminuíram 24,2% no primeiro semestre de 2020, na comparação anual.
De acordo com o estudo, embora já houvesse uma tendência de queda, a diminuição é explicada pela pandemia e com o menor movimento de pessoas nas ruas.
Lusa