Mafalda Portela é uma jovem cantora e atriz que se tornou conhecida do grande público na série Morangos Com Açúcar (Segue o Teu Sonho), onde interpretou o papel de Tatiana. A jovem natural de Mirandela, não só deu cartas na representação como na música. Durante a sua participação na série televisiva exibida pela TVI, Mafalda lançou o seu primeiro disco com o nome artístico MissyM. Mas o seu percurso não ficou por aqui. Mafalda continuou ligada à representação mas, em 2015, decidiu voltar a dar cartas no mundo da música, desta vez no programa Ídolos, na SIC. Conseguiu chegar à fase das galas mas na quinta gala foi expulsa pelos portugueses. Hoje, a jovem nortenha, garante estar dedicada ao teatro musical onde consegue conjugar as suas duas grandes paixões.
Nesta entrevista, Mafalda fala-nos da sua experiência enquanto atriz e cantora, referindo o seu percurso quer pela série da TVI quer pelo concurso da SIC.
Antes de mais, como é que descreves a Mafalda Portela?
A Mafalda Portela é uma rapariga extremamente stressada. Acho que é um dos defeitos que mais me define, infelizmente. Sou um pouco tímida e isso faz com que esteja constantemente nervosa quando estou com outras pessoas, quando tenho de falar em público e até mesmo cantar. Com os anos fui aprendendo a controlar um bocadinho isso mas claro que quem me conhece bem sabe que sou stressada por natureza. Sou uma “personagem”, como dizem os meus amigos. É verdade, vivo num mundo tão à parte, deixo-me levar pelos meus dramatismos e teatralidade e quando dou por mim estou a fazer figuras tristes. Sou carinhosa, extrovertida no seio familiar e perto de amigos. Sou bastante desorganizada no que diz respeito à minha agenda. Estou sempre com falta de tempo para fazer tudo aquilo que quero. Sou um pouco impaciente também. Quando quero algo, quero na hora. E pronto, entre muitos mais defeitos e algumas qualidades, estes são os que mais me definem.
Teatro ou música, qual dos dois te satisfaz mais?
Por muito que gostasse de escolher entre representação e música, é impossível para mim fazê-lo. Representação foi aquilo que estudei, que escolhi fazer. Música é o meu grande amor. Se me perguntarem “teatro ou televisão?”, facilmente responderei “teatro sem sombra de dúvida”. Entre teatro e música é tão difícil escolher que neste momento estou a fazer teatro musical. Resolvi juntar o útil ao agradável e fazer as duas coisas que mais amo juntas.
Em 2011 tiveste a oportunidade de participar na série Morangos com Açúcar. O que guardas dessa experiência?
Fazer Morangos Com Açúcar não foi um mar de rosas. As pessoas normalmente pensam que ser ator é só glamour, festas, autógrafos e fotografias. Não vou dizer que não é um pouquinho assim porque a maior parte dos atores passa a vida em festas. No meu caso foi um pouco diferente. Trabalhava mais de 12 horas por dia, era muito cansativo. Por vezes saía do estúdio às 3 da manhã para lá estar de novo às 8. Isto porque gravava para a série e depois ainda ia para os estúdios de áudio gravar músicas para o disco “MissyM”. Quase nunca tinha tempo para mim, quanto mais para a família e amigos. Isso foi o pior, não poder estar com a família e amigos sempre que queria. Mas a experiência em si foi super engraçada e aprendi imenso. Já para não falar da sorte que tive em poder contracenar com atores mais velhos por quem sempre tive imensa admiração. Fiz amigos para a vida. Foi uma experiência de facto muito marcante, que guardarei para sempre na memória com muito carinho.
O que é que a MissyM tinha em comum com a Mafalda Portela?
A MissyM e a Mafalda não tinham muito em comum, a não ser a música e as artes em si. Como pessoa não tinham muito em comum. Eram ambas simpáticas, fora isso, completamente o oposto. A Mafalda é divertida, mas muito mais resguardada. A MissyM era muito extrovertida. A Mafalda é muito negativa, a MissyM era muito positiva.
A MissyM tinha uma coisa que eu achava extremamente irritante, estava sempre feliz e o mundo dela era cor-de-rosa, nunca nada a irritava ou incomodava. A Mafalda é um bocadinho mais fácil de irritar, para a Mafalda nunca nada está bem!
Este ano participaste no programa Ídolos. O que te motivou a fazê-lo?
A minha participação no Ídolos foi um pouquinho atribulada. Digamos que não me inscrevi por mim inicialmente. Fi-lo pelo meu namorado que constantemente insistia em que eu me inscrevesse. Acabei por fazê-lo.
No entanto, comecei, de facto, a adorar estar ali, naquele programa, com aquelas pessoas maravilhosas, com tanto trabalho diário.
Posso não ter iniciado esta jornada por mim, mas foi das melhores decisões que tomei. Adorei a experiência.
Por Cátia Sofia Barbosa, aluna de Jornalismo da UC