Lula da Silva recebido na Assembleia da República

25.4.2023 –

O discurso do chefe de Estado brasileiro ficou marcado por protestos dos deputados do Chega, que mereceram uma repreensão do presidente da Assebleia da República, Augusto Santos Silva.

Na cerimónia de boas-vindas na Assembleia da República, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, diz sentir-se “em casa” em Portugal e considera que o 25 de Abril foi um “salto para o futuro”. Já Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, salienta que Lula reduziu as desigualdades sociais no Brasil. O discurso do chefe de Estado brasileiro ficou marcado por protestos dos deputados do Chega, que mereceram uma repreensão de Santos Silva.

Lula da Silva chegou ao Palácio de São Bento com quase 10 minutos de atraso, já depois da chegada do primeiro-ministro, António Costa, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Foi recebido com honras militares. Nas escadarias exteriores foram ouvidos os hinos nacionais do Brasil e de Portugal. Foi depois tirada a fotografia oficial “de família” e assinado o Livro de Honra, nos Passos Perdidos.

O passado e o presente do Brasil

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, caracteriza o chefe de Estado do Brasil como um líder político e um estadista que venceu eleições livres, reduziu as desigualdades sociais e soube defender as instituições democráticas.

Na Assembleia, agradece os gestos “fraternos” de Lula da Silva, ao integrar Portugal nos “primeiros contactos” após a eleição como Presidente do Brasil, por retomar as cimeiras e por ter respondido “prontamente” ao convite para a deslocação a Portugal.

“Sabemos a amizade que dedica a Portugal. Consigo Brasília volta a abrir-se ao mundo porque em si reconhecemos o líder político cujas políticas sociais contribuíram para a redução da pobreza e desigualdades no Brasil. Em si reconhecemos o estadista que se apresentou e venceu eleições livres e que, depois, quando alguns tentaram invadir e derrubar as instituições democráticas brasileiras, soube defendê-las sem qualquer hesitação”, afirma Augusto Santos Silva.

As afirmações foram aplaudidas pelos deputados da esquerda parlamentar, mas não pelas bancadas do PSD e do Chega.

Após uma referência ao Prémio Camões, entregue a Chico Buarque, Santos Silva destaca o “comum alinhamento” dos “dois países irmãos pela história e pela liberdade democrática” em torno da liberdade, da democracia, da separação de poderes, do desenvolvimento inclusivo e igualdade.

Augusto Santos Silva salienta ainda que, do ponto de vista diplomático, “a personalidade que os brasileiros escolhem como Presidente é sempre bem-vinda ao parlamento português”.

Guerra na Ucrânia

O presidente da Assembleia da República pede “mais negociações” e menos guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

É muito útil que seja tema de diálogo permanente entre Portugal e o Brasil e que, prosseguindo Portugal e o Brasil as próprias políticas externas, elas possam convergir em função da paz. A Europa necessita do Brasil e o Brasil conta com o apoio do Parlamento português no reforço dos laços políticos, económicos e sociais com a União Europeia”.

Discurso de Lula com protesto do Chega e repreensão de Santos Silva

 

O Presidente do Brasil diz sentir-se em casa em Portugal e que foi com “muita alegria” que recebeu o convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para a deslocação a Portugal.

Nos últimos dias tive aqui em Portugal a inconfundível sensação de estar em casa, sentimento que acredito que é compartilhado por todos os brasileiros que vivem em Portugal e todos os portugueses no Brasil”.

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva discursa na Assembleia, deputados do Chega, em protesto – por vezes ruidoso -, levantam cartazes com bandeiras ucranianas e outros que dizem “Chega de corrupção” e “Lugar de ladrão é na prisão”.

Após o protesto dos deputados do Chega, o presidente da Assembleia da República repreende os deputados do partido de extrema-direita:

Os senhores deputados que se querem permanecer na sessão plenária devem comportar-se com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida a qualquer representantes do povo de português, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”.

SIC Notícias