Os advogados de Rui Pinto publicaram esta manhã um comunicado em que assumem que o português esteve na origem dos Luanda Leaks.
Os advogados do hacker português Rui Pinto assumiram esta segunda-feira em comunicado que é ele o responsável pela divulgação dos mais de 715 mil documentos que estão na origem do caso Luanda Leaks.
O comunicado é assinado pelos dois advogados que representam o hacker português, Francisco Teixeira da Mota e William Bourdon, segundo notícia avançada pelo Público.
Em declarações ao Público, Francisco Teixeira da Mota afirmou ter receio que o Luanda Leaks seja usado para penalizar mais Rui Pinto que se encontra preso preventivamente em Portugal desde Março de 2019. “O meu maior receio neste momento é que a administração prisional tente colocar Rui Pinto num estabelecimento de alta segurança, com o pretexto de o proteger, mas efectivamente punindo-o, nomeadamente dificultando o contacto com os seus advogados e penalizando a sua defesa, quando o seu julgamento se aproxima”, afirma o advogado .
A informação usada pelos meios de comunicação social que fazem parte do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação ICIJ) nos Luanda Leaks terá sido entregue, segundo avançam os advogados de Rui Pinto, pelo hacker português no final de 2018 à PPLAAF, uma plataforma de proteção de denunciantes em África. Esta plataforma partilhou posteriormente a informação com o consórcio de jornalistas.
Segundo adianta o comunicado dos advogados, Rui Pinto “assume a responsabilidade de ter entregue, no final de 2018, à PPLAAF, um disco rígido contendo todos os dados relacionados com as recentes revelações sobre a fortuna de Isabel dos Santos, sua família e todos os indivíduos que podem estar envolvidos nas operações fraudulentas cometidas à custa do Estado angolano e, eventualmente, de outros países estrangeiros”. A nota acrescenta ainda que “Rui Pinto procurou, assim, ajudar a entender operações complexas conduzidas com a cumplicidade de bancos e juristas que não só empobrecem o povo e o Estado de Angola, mas podem ter prejudicado seriamente os interesses de Portugal”.
Madremedia