Livro “O Relojoeiro” apresentado na Biblioteca de Cantanhede

Cumprindo as normas de saúde em vigor pela DGS e perante uma plateia cheia, o evento contou com a presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Pedro Cardoso, de Nuno Caldeira, da Professora Graça Rocha, do escritor Rui Aragonez Marques e da Amélia Vadillo da editora Filigrana, que desde cedo enalteceram o enorme potencial de Gonçalo Maia na escrita refletida n’O Relojoeiro. 
Na apresentação feita pela Professora Graça Rocha, revisora do livro, foi enaltecida a complexidade, a construção frásica e a fluidez do discurso deixando claro que sintetizar os melhores momentos desta obra foi um desafio extremamente difícil. Já o professor e escritor Rui Aragonez Marques deixou rasgados elogios ao livro referindo palavras fortes de reconhecimento a Gonçalo Maia dizendo que “irão ouvir falar muito deste nome como escritor”. O Dr. Nuno Caldeira, da Câmara Municipal de Cantanhede, conduziu a sessão e deixou claro que o evento foi perentório no aguçar da curiosidade de todos os envolvidos.

Gonçalo Maia foi nascer a Cantanhede no ano de 1982, e regressou com os seus pais a Febres, uma pequena vila do mesmo concelho, para vir dar os seus primeiros passos, fazer as primeiras asneiras e ler os primeiros livros. Teve uma infância feliz e marcada pelo meio rural, do qual se orgulha.

Mais tarde voltaria à cidade que o viu nascer para frequentar o ensino secundário, em ciências, e decidiu seguir para a Universidade de Coimbra onde cursou Engenharia Geográfica.

Durante o seu período académico juntou-se ao CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), onde frequentou um curso de teatro, participou numa mão cheia de peças e performances, e ainda deu uma mãozinha na administração. Por sua opção, sujeitou-se à vida militar durante 4 anos, como oficial engenheiro, depois de penar uns meses na tropa macaca. Regressou novamente à vida civil, juntando-se a diversas empresas na área da engenharia. Trabalhou e viveu pelo mundo fora: Zimbabwe, Timor-Leste, Alemanha, Quénia, Etiópia, Zâmbia, Malawi, Moçambique e África do Sul; sendo que alguns destes países o marcaram de forma intensa, na sua vida. Viajou, entretanto, por muitos outros, mas apenas como turista; sem que tempo houvesse para se deixar entranhar pelos seus cheiros.

Nutre uma grande paixão por ciências, mapas antigos, pela natureza, pelas artes, e destas, em especial a literatura: paixão que só pecou por tardia quando, um dia, resolveu voltar a pegar nos grandes clássicos, portugueses e estrangeiros, – que tanto o assustaram na juventude, – e os releu sem qualquer obrigatoriedade, missão ou pressa. E surgiu depois a escrita: primeiro como uma ideia, mas que cedo se tornaria numa pequena obsessão: Uma forma de expressão que o inquietava e desafiava, mas onde também se encontrava e se conhecia, – e cada vez mais, – entre histórias e personagens que idealizava, criava e lhes deu uma vida própria, esperando ansiosamente, – e em contrapartida, – que estes lhe segredassem os próximos capítulos.

Segundo o Autor, o livro “O Relojoeiro” é a história de um homem algo peculiar. Uma história vivida e contada por outros personagens não menos invulgares. Desengane-se quem espera neo-realismo puro, desista quem procura um retrato de uma profissão em desuso. Ou talvez o encontrem numa mera coincidência. “O Relojoeiro” é uma obra de ficção, um exercício psico-social inserido num contexto que tão bem conheci e onde fui feliz e impiedosamente forjado. “O relojoeiro” é a minha humilde homenagem a tantos quantos me deram o gosto pela literatura: Agustina, Camilo, Eça, Dostoievsky, Tolstoi, Grass, Gonçalo M. Tavares, Walter Hugo Mae.
 
O livro encontra-se já disponível nas plataformas online.