Livro de Ângelo Alves foi apresentado na Biblioteca Municipal de Cantanhede

“O leve odor dos noveleiros”é o título da obra

“O leve odor dos noveleiros”, livro de poesia japonesa de Ângelo Alves, foi apresentado na Biblioteca Municipal de Cantanhede em 15 de abril, numa sessão que marcou o encontro do autor com amigos e admiradores e que contou com a presença vereador da Cultura, Pedro Cardoso, Xavier Zargo, representante da Editora “Temas Originais”, e o autor, Ângelo Alves.

A apresentação da obra esteve a cargo do Professor Doutor Carlos Fiolhais, uma referência incontornável da Ciência e Cultura do nosso país, de forma brilhante, como é o seu estilo, deu contributos importantíssimos para compreender bem este estilo poético, realçando que os haiku presentes neste livro deste “físico poeta”, demonstram bem a sensibilidade literária do auto.

Recordando que o talento da escrita de Ângelo Alves, designadamente em “Doidivino” e “Falo do fundo”, Carlos Fiolhais destacou «o reconhecimento de várias publicações especializadas que, reiteradamente, lhe realçaram o valor literário».

O Haiku deriva de uma forma de poesia que existiu no Japão, entre os séculos IX e XII, e que é uma forma curta de poesia japonesa que influenciou alguns dos grandes poetas portugueses. Apesar de algumas adaptações, a inspiração é bastante clara em escritores como Eugénio de Andrade, destacando ainda outras referências como são Herberto Hélder, Tolentino de Mendonça, entre outros.

Este estilo poético apresenta algumas características muito próprias: quanto à forma, tem três versos, de 5 e 7 sílabas métricas japonesas; quanto ao conteúdo, tem que ter dois elementos: a perceção sensorial, particular, subjetiva, e imediata, associada a um elemento da natureza. “É uma ou duas frases que representa o aqui e o agora, o qual vai originar uma dada emoção/sugestão, a perceção sugestiva, mais ampla. A separação entre os dois elementos é feita por uma palavra ou sinal gráfico.” O uso da justaposição continua em voga tanto no haiku tradicional quanto no moderno.

Com este novo estilo poético, Ângelo Alves, partilha 369 haikus no livro “O leve odor dos noveleiros”.

O Vereador enalteceu mais esta obra de Ângelo Alves, escritor e poeta do concelho, dando nota da divulgação que «o Município o fará chegar a todas as bibliotecas escolares e polos de leitura nas freguesias, continuando assim o trabalho importante que tem sido desenvolvido no âmbito da promoção e fomento da leitura e do livro». O autarca concluiu, «esta será uma forma de promover os autores do concelho e a divulgação da sua obra, que no caso do Ângelo Alves, constitui mais um passo na afirmação da sua carreira enquanto escritor».

Para a Câmara Municipal de Cantanhede estas iniciativas demonstram bem a vitalidade do concelho no que se refere à produção literária, para além de que é seguramente uma forma de continuar a divulgar os escritores contemporâneos do concelho de Cantanhede, alargando o universo dos seus leitores.

 

Sobre Ângelo Alves

Ângelo Alves, nasceu a 20 de Janeiro de 1978, na Póvoa da Lomba, aldeia localizada nos arredores de Cantanhede.

É licenciado em Física pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

É autor dos livros Doidivino (2012) e “Falo do fundo” (2013), ambas as obras apresentadas na Biblioteca Municipal de Cantanhede.