Com tantos recuos, agências de viagens e de turismo exigem manutenção do layoff. Caso contrário, todos os apoios do Estado foram “em saco roto”.
A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) garante que em 24 horas já existiram milhões de euros perdidos em cancelamentos depois da decisão alemã de colocar Portugal na lista vermelha de viagens. O presidente da associação, Pedro Costa Ferreira, diz à TSF que toda esta situação, com tantos avanços e recuos, é um verdadeiro drama.
“Há hotéis no Algarve que abriram, contrataram e tiraram os trabalhadores de layoff, compraram mantimentos e fizeram camas para acolher estes turistas… e de repente alguém diz que afinal eles não vêm e o dinheiro tem de ser devolvido”, explica.
“E ao contrário do que se possa pensar – eu tenho muito medo dos cansaços pandémicos, o drama de hoje, só porque está vulgarizado há quase dois anos, não é melhor – é pior”, afirma Pedro Costa Ferreira.
A APAVT confirma que desde ontem já existiram milhões de euros em cancelamentos e defende que, com cada vez mais países a limitarem as viagens para território nacional, é fundamental manter os apoios do Estado e, sobretudo, o regresso do layoff com as condições que existiam até maio.
“Dois a três meses sem a manutenção dos apoios e vamos assistir a falências generalizadas e à ida para o desemprego da grande maioria dos nossos trabalhadores”, pelo que é urgente que o Governo não reduza o layoff – que iria diminuir com a perspetiva, falhada, de retoma.
O líder da APAVT acrescenta que as empresas de turismo estão quase todas em processos técnicos de falência, muito mais endividadas e fragilizadas do que há um ano: “È agora que temos de nos focar em não deixar cair os apoios. Às vezes esquecemos que o layoff é um apoio a fundo perdido e se este cair agora os apoios não foram dados a fundo perdido mas sim em saco roto – não serviram para anda”, conclui Pedro Costa Ferreira.
Nuno Guedes / TSF