Criado há cinco anos, o Registo de Condenados por Crimes Sexuais contra Crianças (RCCSC) viu serem acrescentados mais 330 nomes à lista em 2019 — um valor nunca antes registado.
De acordo com o Jornal de Notícias, a “lista de pedófilos” atingiu no ano passado um número recorde de nomes, desde o seu começo em novembro de 2015.
Criado pela ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, o RCCSC gerou controvérsia no início. Por um lado, o governo considerava que este registo é uma “ferramenta importante em todos os países” para evitar a reincidência criminal; pelo outro, entidades como a Comissão Nacional de Proteção de Dados pediam a inconstitucionalidade da lei, recorda o JN.
Aos dias de hoje, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) refere que a lista é um instrumento no combate aos abusos sexuais de menores.
Em 2019, a lista recebeu mais 330 nomes. Para a APAV este número é “preocupante”, uma vez que “dá um sinal de que há muitos crimes”, sendo a pedofilia um “problema grave, que continua a fazer vítimas”. Todavia, apesar de fornecer alguns dados e permitir “perceber que o crime tem consequências”, o registo não tem grande impacto no trabalho diário da associação, que frisa que é necessária “prevenção a sério”.
Já a responsável pela criação da lista, Paula Teixeira da Cruz, refere ao jornal a importância do registo. “Graças a esta lista têm sido identificados vários pedófilos que repetem os seus atos”, frisa.
Do registo fazem parte todos os condenados pela prática de crimes sexuais em que a vítima seja menor, podendo este ser cancelado decorrido um prazo que pode ir dos cinco aos 20 anos após a extinção da pena.
O ficheiro também contém os dados dos agressores condenados antes da entrada em vigor da lei e cujo crime conste do seu registo criminal.