O lendário pianista e compositor de jazz “Chick” Corea morreu aos 79 anos, vítima de uma forma rara de cancro, deixando a “esperança” de que o Mundo venha a ter ainda “mais arte e diversão”.
Numa mensagem de despedida divulgada pela família do músico através do seu site, Armando Anthony “Chick” Corea agradece aos “formidáveis amigos músicos” que o ajudaram a cumprir “a missão de levar a alegria da criação a todos os lugares possíveis”.
“Ter alcançado esta missão juntamente com os artistas que admiro tanto, esta foi a riqueza da minha vida”, escreve Corea, que morreu na terça-feira, dia 09.
Pianista e compositor, surge entre os precursores do jazz de fusão, desde o final dos anos 1960, quando sucedeu a Herbie Hancock, nos agrupamentos do trompetista Miles Davis – com quem trabalhou num dos mais famosos albuns de Jazz de todos os tempos, Bitches Brew — tendo colaborado com músicos como Dave Holland e Jack DeJohnette, cruzando “free jazz”, improvisação e elementos vindos do “rock’n’roll”.
Ao longo de meio século, Chick Corea explorou sempre distintas áreas musicais e as suas zonas de fronteira, e manteve o trabalho com músicos de diferentes expressões. Destaca-se, neste aspeto, o dueto com o pianista austríaco de raiz clássica Friedrich Gulda ou a escolha de peças do compositor húngaro Béla Bartók, para o seu repertório.
Com ascendência espanhola, apelou ao “Concerto de Aranjuez”, de Joaquín Rodrigo, para o prelúdio de uma das suas mais conhecidas obras, “Spain”, e reuniu influências latino-americanas em “My Spanish Heart”.
Na mensagem de despedida, Corea não mencionou alguns dos grandes nomes da música com quem trabalhou, mas a carreira de mais de meio século rendeu-lhe 23 prémios musicais Grammy.