O uso de drones para deteção, busca e inspeção autónoma de lixo marinho em áreas costeiras vai ser utilizado pela Câmara de Leiria, no âmbito de um projeto científico de combate à poluição marítima e que se inicia em outubro.
O Município de Leiria aderiu ao projeto “UAS4LITTER”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que está a ser desenvolvido por investigadores dos centros de investigação do INESC Coimbra, UC-MARE e NOVA.ID_MARE, um dos quais pertencente à Divisão de Planeamento, Ordenamento e Estratégia Territorial do Município de Leiria.
Em nota de imprensa, a autarquia liderada por Raul Castro explica que o projeto tem como principal objetivo o desenvolvimento de um sistema integrado de baixo custo (software e hardware), baseado em drones, para o mapeamento de lixo marinho.
Nesta fase, a área alvo de desenvolvimento e teste é entre a praia do Pedrógão e a Figueira da Foz, em três praias com níveis distintos de poluição marinha e pressões de urbanização.
Esta iniciativa irá também prestar “especial atenção à transferência de conhecimento e à divulgação dos resultados para toda a comunidade, incluindo os cientistas, as empresas, as administrações públicas e a sociedade civil”.
O município esclarece que as descobertas resultantes do projeto UAS4Litter serão traduzidas em orientações práticas para o mapeamento e monitorização de lixo marinho em zonas costeiras para uma ampla gama de usuários finais que é crucial para a mitigação da poluição pelo lixo marinho.
Os métodos tradicionais usados na monitorização de lixo marinho em zonas costeiras baseiam-se em contagens visuais (censos) em áreas limitadas, o que consome demasiado tempo e não é eficiente em áreas com maior cobertura.
Nesse contexto, os drones oferecem novas oportunidades para a investigação e monitorização ambiental, oferecendo uma plataforma aérea de baixo custo e alta eficiência para a deteção, busca e inspeção autónoma de lixo marinho em áreas costeiras.
A autarquia informa ainda que a quantidade de lixo no ambiente marinho está a crescer exponencialmente, sendo que mais de 80% é constituído por detritos plásticos.
Estudos recentes estimam que mais de cinco milhões de toneladas poderão entrar no oceano e em áreas costeiras como detritos marinhos, acrescenta a nota de imprensa.
A participação do Município de Leiria neste projeto resulta de um acordo de parceria estabelecido com a Unidade de I&D do Instituto de Engenharia de Sistemas eComputadores de Coimbra.
A vereadora do Planeamento e Ordenamento do Território, Rita Coutinho, citada na nota de imprensa, adianta que a adesão do município a este projeto “representa a possibilidade de obter informação geoespacial com potencial valor também ao nível do planeamento da linha de costa do concelho”.
Lusa