Jubileu 2020: Exposição de tesouros nacionais marca segundo domingo jubilar

Domingo, 2 de fevereiro, o Mosteiro de Santa Cruz acolhe um programa integrado no Jubileu de Santo António e dos Mártires de Marrocos, que a cidade de Coimbra celebra ao longo deste ano.
Às 15h00, na Antiga Livraria do Mosteiro de Santa Cruz (na galeria superior do Claustro do Silêncio), tem início a inauguração da exposição “De Fernão se fez António”. Esta mostra conta com um acervo de mais de 40 obras de arte, provenientes, na sua maioria, dos museus nacionais de Arte Antiga (Lisboa), Machado de Castro (Coimbra), Grão Vasco (Viseu), Soares dos Reis (Porto) e Frei Manuel do Cenáculo (Évora), bem como peças do Arquivo e Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Seminário Maior de Coimbra, Igreja de Santo António dos Olivais e Igreja de Santa Cruz, além de outras paróquias e colecções particulares.

Esta exposição, inserida no âmbito do Jubileu de Santo António e dos Mártires de Marrocosdecorre de uma parceria que junta os museus nacionais Machado de Castro (MNMC) e de Arte Antiga (MNAA) com a comissão organizadora do Jubileu 2020. A exposição agora inaugurada no Mosteiro de Santa Cruz fica associada à grande exposição temporária ‘’Guerreiros e Mártires”, que decorrerá de maio a agosto no MNAA e de setembro a novembro no MNMC (datas a confirmar).

Este núcleo no Mosteiro de Santa Cruz, patente até 17 de janeiro de 2021, centra-se na figura de Santo António, desde a sua vocação, abordando a formação e juventude em S. Vicente de Fora (Lisboa) e em Santa Cruz (Coimbra), até ao momento da mudança de Cónego Regrante de Santo Agostinho para Frade Menor, em que assume a sua missão e testemunho do martírio e, finalmente, a sua universalidade, através do culto por diferentes povos e com formas diversas de expressão.

Entre os vários tesouros artísticos que visitarão Coimbra, pela primeira vez nesta exposição, ganham especial destaque, entre as esculturas, uma escultura luso-flamenga da segunda metade do século XV, representando São Francisco de Assis a receber os estigmas, e uma escultura de Santo António revestido das vestes doutorais de Coimbra, do século XVII. A sala de exposições é presidida pelo impressionante Tríptico de Vasco Fernandes (Grão Vasco), “Lamentação sobre Cristo Morto, São Francisco e Santo António”.

A inauguração da exposição ficará a cargo do Bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes, da Dra. Ana Alcoforado, diretora do Museu Nacional de Machado de Castro e do Dr. Joaquim Caetano, diretor do Museu Nacional de Arte Antiga. Após a sessão de abertura, terá lugar a visita guiada orientada pela Dra. Virgínia Gomes, comissária da exposição.

Segunda sessão dos “Diálogos com António” sobre a “Família”
Após a inauguração da exposição jubilar, terá lugar a segunda sessão do ciclo Diálogos com António, na Sala do Capítulo, sobre o tema “Famílias Como as Nossas”. Participam Ghalia Taki, refugiada síria, Nelson Nunes, escritor, e Sara Belo Luís, subdiretora da revista Visão. A moderação é da jornalista Ana Filipa Nunes, repórter da SIC no “Programa da Cristina” e a coordenação é de Inês Espada Vieira, professora na Universidade Católica de Lisboa e colaboradora assídua do Mensageiro de Santo António.

Nas famílias há alegrias e tristezas, saúde e doença, zangas e reconciliações, entusiasmo e desânimo, paixões e fragilidades. Ao longo da sua vida, Santo António esteve atento aos problemas das famílias e muitas ajudou com a sua palavra, a sua ação e até milagres, como a criança ressuscitada, o pé cortado ou o recém-nascido que nomeia o pai.

Neste Diálogo com António, os convidados vão partilhar as suas diferentes experiências de família, e, em conjunto, proporcionar uma reflexão sobre as famílias, o seu presente e o seu futuro, numa sociedade que diz valorizar a família e ao mesmo tempo cria estruturas e dinâmicas que a condicionam e desafiam.

Convidados:
Ghalia Taki é intérprete e mediadora do Serviço Jesuíta aos Refugiados e voluntária no projeto LAR – Love and respect. É membro da primeira família síria refugiada que o destino trouxe a Portugal, em 2014.

Nelson Nunes é escritor. Começou no jornalismo depois de se licenciar em Comunicação Social e Cultural na Faculdade de Ciências Humanas e tirar um Mestrado em Ciências da Comunicação na mesma instituição. Trabalhou como produtor de conteúdos na Rádio Renascença, jornalista na Revista Focus, chefe de redação da Forum Estudante e assessor de imprensa no Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol. É o autor dos livros de não-ficção Quando a Bola Não Entra (2015), Com o Humor Não Se Brinca (2016), Isto Não é Um Livro de Receitas (2017) e Quem Vamos Queimar Hoje? (2018) e do romance Preciosa (2019). Atualmente, trabalha na agência de storytelling True Stories, como guionista e criativo, e continua a tentar escrever livros de não-ficção.

Sara Belo Luís é subdiretora da Visão. Começou a escrever para esta revista no final dos anos 90 e desde então integrou as secções de Cultura e de Portugal. Editou a Visão Se7e e, a partir de 2016, assumiu funções como editora executiva. Licenciada em Comunicação Social e pós-graduada em Ciência Política e Relações Internacionais, também lecionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Nasceu em Lisboa no Verão Quente de 1975, tem três filhos e, apesar de na família não haver registo de algum dia ter dito que queria ser jornalista, gosta muito do que faz.

Inês Espada Vieira (coordenadora) nasceu em Lisboa, em 1975. Casada com o amor da sua vida, o Javier, tem três filhos: o Miguel, o Pedro e a Clara.  É docente na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (UCP). É paroquiana de São Tomás de Aquino, em Lisboa, levando por diante com muito carinho o Clube de Leitura (podem espreitar aqui: http://clube-de-leitura-sta.webnode.pt/). É vice-presidente do CRC – Centro de Reflexão Cristã e membro da comissão executiva da PAR – Plaforma de Apoio aos Refugiados. É colaboradora da revista Mensageiro de Santo António.

Ana Filipa Nunes (moderadora) deixou Portugal com apenas 17 anos para se mudar para os Estados Unidos. Licenciou-se em Comunicação Social e Cultural, na Universidade Católica de Lisboa. Foi jornalista na TVI durante 14 anos e atualmente é repórter da SIC, no “Programa da Cristina”. O fascínio pelo jornalismo surgiu com apenas seis anos, através das histórias contadas pelo pai. Entre países, Ana Filipa Nunes aprendeu o poder da comunicação e de como é importante conhecer outras culturas para compreender o mundo.
Mais informações em: https://santoantonio.live/2020/01/familias-como-as-nossas/#more-9537

Concerto de órgão de tubos “Tempo de Luz”
Logo após a segunda sessão do ciclo “Diálogos com António” e do coffee break que tem lugar no Claustro do Silêncio, segue-se o concerto no órgão histórico da Igreja de Santa Cruz, intitulado “Tempo de Luz”, interpretado pelo organista Bruno Pereira.

Missa solene com bênção das crianças
O programa deste segundo domingo jubilar encerra com a Eucaristia solene, presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio do Nascimento Antunes. No dia em que a liturgia da Igreja convida a celebrar a festa da Apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém, a Missa solene tem início com a bênção das velas, na Praça 8 de Maio e a procissão para o interior da Igreja de Santa Cruz, onde o bispo diocesano celebrará a Eucaristia Jubilar.

O Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, assistido pelo Pe. Nuno Santos, também se associará a esta Eucaristia Jubilar, promovendo a bênção das crianças. Assim, no decorrer da liturgia, D. Virgílio Antunes irá abençoar as crianças presentes numa iniciativa que, evocando a Apresentação do Menino Jesus no Templo de Jerusalém, visa uma oportunidade reforçada para dar graças pelo dom dos filhos, pelo valor da vida, pela beleza de cada criança… pela bênção que é pertencer a uma família.