Quando a jovem M. D. M. R., da cidade de Muriaé, no interior do Estado de Minas Gerais, postou sua foto junto ao namorado branco no Facebook, jamais pensou que sofreria ataques racistas pela internet.
M. D. M. R. tem 20 anos, e – apesar de não querer divulgar seu nome, acedeu a publicação de sua foto – resolveu procurar a polícia e denunciar o caso, já que teve o apoio, tanto da família, como do namorado, para o fazer.
Uma das frases que apareceu no seu facebook foi: “Onde comprou essa escrava? me vende ela!”. Outra, mais à frente, afirmava “Parece que estão… na senzala”. Outro, ainda, afirmava que ali estavam “Um branco e uma negosa”. E, subitamente, foram chegando mais comentários desse calibre…
A jovem afirmou ao UOL o que pensa: “Toda pessoa que sofreu algum tipo de preconceito, seja qual for, tem de denunciar à polícia. Não pode ficar impune. Eu quero que seja descoberto quem foi e que paguem pelo que fizeram comigo”.
Já o delegado Eduardo Freitas da Silva, afirmou que “O caso vai contar com apoio da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, de Belo Horizonte”. Ele adiantou que já conseguiu precisar o Estado de origem da maioria dos internautas que postaram as mensagens: a grande maioria é do Estado de São Paulo.
O policial disse que vai encaminhar um ofício aos administradores do Facebook solicitando a identificação dos que postaram comentários racistas na página da vítima. Segundo ele, os suspeitos serão intimados a depor por meio de carta precatória.
“Vamos contar com a ajuda da Polícia Civil de São Paulo para que essas pessoas sejam ouvidas nas delegacias mais próximas de suas residências. A injúria racial prevê de um a três anos de prisão e multa”, afirmou ainda, o delegado, ao UOL.