Ânimos na Grécia exaltaram-se no dia em que o parlamento grego aprovou o pacote de medidas imposto pelos credores internacionais. Cerca de 30 pessoas foram detidas e seis ficaram feridas.
O jornalista da TVI, José Carlos Araújo, e o repórter de imagem, Nuno Quá, cobriam ontem a manifestação que decorria na praça Syntagma quando houve uma escalada da violência.
Os manifestantes incendiaram carros e caixotes do lixo e atiraram cocktails molotov contra as autoridades que, por sua vez, responderam com gás lacrimogéneo.
No meio da confusão, enquanto falava em direto para a estação de Queluz, o jornalista foi atingido por gás pimenta. Nas imagens vê-se José Carlos Araújo a falar com alguma dificuldade devido ao ardor que o gás lacrimogéneo provoca nos olhos.
“Temos os olhos a arder e as condições de segurança não são as ideais”, explica o jornalista que momentos depois é atingido por alguém que lhe atira água para a cara.
No momento em que a multidão começa a dispersar como consequência da intervenção da polícia antimotim, a equipa de jornalistas portugueses é novamente alvo da fúria dos manifestantes que protestavam contra a aprovação do acordo com os credores internacionais.
As últimas imagens que são transmitidas mostram a câmara ser atingida por algo ou alguém e a transmissão em direto acaba.
Esta não é primeira vez que um jornalista português é alvo da fúria grega. Há cerca de 15 dias foi a vez da repórter da RTP, Daniela Santiago, experienciar a forma hostil como os gregos estão a tratar a comunicação internacional, em especial a portuguesa. Enquanto falava em direto para a estação pública de televisão, um transeunte atirou-lhe com um copo de café que passou a poucos centímetros da jornalista.
Fonte: noticiasaominuto