Jonathan Margarido: a história de um rapaz talentoso e que não descansa!

Jonathan Jorge Margarido, ou simplesmente Jonathan, é uma estrela sem tiques, sem manias, sem nariz empinado.

Este rapaz, que nasceu na Venezuela há 25 anos, despontou para a fama quando foi a um casting e entrou no programa Got Talent. Ele, que foi avisado em cima da hora que havia sido inscrito e não acreditava ter capacidade sequer de ser escolhido, acabou por chegar à semi-final do concurso…

Formado em gerontologia, Jonathan entrou para a Faculdade aos 18 anos. Aos 21 completou a Licenciatura e aos 23, o Mestrado em Gestão de Equipamentos Sociais.

Em paralelo com a música e a interpretação, Jonathan encontra no trabalho que desenvolve na Associação de Idosos Mirense, o local ideal para aquilo que faz: a animação!

Em cada idoso, um amigo. Cada um deles pode sempre contar com a natural facilidade que ele tem de ouvir o que eles têm para contar. É neste campo que Jonathan Margarido se realiza pessoal e profissionalmente… mas (há sempre um “mas”) ele não fecha nenhuma porta ao futuro também na área artística, até porque ele nunca pára e anda de curso em curso e de ensaio em ensaio com o mesmo à-vontade com que trata os seus idosos!

Hoje, já bem mais calejado em como funciona a TV e o Teatro, aquele rapaz de voz bonita e forte e muito carismático, transformou-se em alguém que não somente continua a cantar muito bem como também já fez diversos personagens (só na peça Cinderela, foram 4 personagens interpretados em simultâneo). Ele diz que “o meio do teatro musical não é estável. É um grande aprendizado na área da dança da representação e do canto, mas decidi-me por parar, pois prefiro ter um emprego fixo!”

Quando perguntado sobre onde fica a arte no meio de tudo isso? Jonathan garante que,tudo bem ponderado, “o trabalho sobrepõe-se!”. Mas, aí volta-se à roda-viva do actual momento deste rapaz: a arte é parte importante e, por isso, criou um Grupo de Teatro Musical Sénior, juntamente com o Pelouro da Maioridade da Câmara Municipal de Ílhavo, dá aulas de Teatro Musical na Filarmónica dos Covões a crianças entre os 6 e os 15 anos e ainda consegue tempo para fazer um curso de teatro em Aveiro, com o intuito de melhorar a sua representação em palco!

Está visto que para Jonathan o tempo parece não passar. Depois do trabalho, há sempre algo ligado à Arte para que ele preencha os espaços de tempo da sua vida. Multifacetado, este jovem que começou a aprender a cantar na Fresmúsica um dia, hoje canta com a sua professora de canto (Ana Oliveira)… em casamentos!

Jonathan tem como grande referência musical “A Voz”, ou, dito em nome verdadeiro, Frank Sinatra. Adora jazz orquestrado e pensa que “a correria desenfreada dos tempos tecnológicos” acaba por fazer com que as pessoas dêem menos valor à arte, causando uma certa balbúrdia musical, onde tudo é tão passageiro: hoje já não há “canções eternas como nos anos 80 e 90” justamente por que o mercado musical está muito diferente daquela época. Hoje tudo é feito para ser consumido de imediato – acredita.

Restava então, colocar uma questão a ser feita: “Se fosse convidado pela Dra. Dulce Cainé para contribuir na Comissão de Festas de São Tomé, o que procuraria fazer de diferente?”. A resposta sai pensada (bastante pensada, na realidade)… mas, sai: “Proporia que se fizesse uma diversificação no cartaz da Festa. Por exemplo, acho que era uma excelente ideia termos arte contemporânea e Hip-Pop no local, aberto a todas as pessoas, para que elas vissem algo que não é tão comum encontrar por cá… Outra ideia seria um dia somente para artistas mirenses – temos imensa gente com talento na área artística no Município. No fundo, seria a utilização do espaço físico da Festa para dinamizar intervenções artísticas e culturais diferenciadas e inovadoras que despertem a.curiosidade no público assim como uma promoção mais forte dos grupos artísticos da nossa localidade”.

Este é um resumo do que é a vida de Jonathan Margarido. Uma pequena demonstração do ser humano que é. Como todos, tem ambições, tem desejos, tem vontades. Como todos, tem um certo receio, por vezes, uma certa insegurança e uma certa desconfiança em relação ao futuro. Não que duvide das suas capacidades… não! O problema está na conjuntura de uma classe artística que, na sua maior parte, luta para sobreviver, que faz mesmo por amor a arte, aquilo que gosta e que tem talento.

Jonathan espelha, à sua imagem, um talentoso artista que quer abraçar outros projectos, quer voar para patamares mais altos, mas que – por ora – dedica-se a aperfeiçoar aquilo que de bom já possui.

Veremos o que lhe reserva o tal futuro. Mas, uma coisa é certa: há muito que Jonathan tem demonstrado capacidade acima da média e um talento que é aplaudido tantas vezes de pé, na sua curta, mas profícua carreira…

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