João Silva em Cabo Verde: Muito trabalho e muitas necessidades…

O nosso bem conhecido João Silva esteve recentemente em Cabo Verde para dar continuidade ao excelente trabalho que tem desenvolvido por aquelas terras, embora com condições incrivelmente adversas. Isto só se torna possível pela dedicação deste atleta de eleição que tem-se dedicado a ministrar treinos e aos seus pupilos que, contra ventos e marés, vão dando mostras de dedicação e amor ao desporto!

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Desta vez em São Vicente (nas outras 3 vezes em que lá esteve foi sempre na Boavista), João Silva teve às suas ordens 25 atletas, procurando corrigir-lhes os defeitos de posicionamento, por exemplo, incutindo-lhes “disciplina e rigor naquilo que fazem… e isto não serve só para o desporto, mas em tudo na vida!” – diz João Silva, um homem que sorri timidamente como é o seu timbre, mas que traz na bagagem, em cada vez que lá vai, uma certa tristeza por presenciar uma angústia enorme nos seus atletas, que sentem carência de infraestruturas a nível nacional, de treinamentos regulares, de um acompanhamento mais técnico a todo instante, mas – principalmente – até da falta de mantimentos básicos para alimentação e uma vida mais digna!

João Silva sofre na pele os problemas diários daquelas pessoas e daqueles que, de uma forma ou de outra, por conta do trabalho desenvolvido vão-se cruzando com ele. Dentro do que é possível da sua parte, vai tentando ajudar a suprir essas carências básicas… vai transmitindo aos homens encarregues de mudar as coisas no país a realidade dos factos… recebe promessas de que a situação irá se reverter a breve prazo, mas pensa que “infelizmente, quando voltar para lá em Abril do próximo ano, para dar seguimento aos treinos específicos, pouco ou nada terá revertido em se tratando de condições tão básicas e tão esquecidas por quem de direito!”

Este é o retrato de um homem que – novamente – encontra obstáculos que parecem intransponíveis, mas não desiste. João Silva tem o sonho de levar a mentalidade europeia de trabalho e esforço para todos (os que praticam o desporto e os que “teoricamente” devem dar-lhes as “ferramentas” para ultrapassarem os seus próprios limites).

João Silva tem o sonho de tornar, naquele grupo, alguém que possa chegar às olimpíadas de Tóquio daqui há 4 anos, pois “há quem tenha potencial para isto, naquele grupo”. Mas, João Silva sonha mesmo é com que a dignidade humana de ter o básico para viver aconteça, rapidamente. Dói-lhe na alma ver tantas coisas que necessitam de mudanças urgentes e elas não acontecerem na velocidade com que cada um dos atletas que treina, correm.

A urgência de viver em condições é, numa primeira análise, o passo inicial para que o desporto e a sociedade cabo-verdiana possam alcançar voos mais altos!

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