06.8.2024 –
Quarenta e dois anos, não são quarenta e dois dias! Em dia de mais um aniversário dos Bombeiros Voluntários de Mira, o Jornal Mira Online entrevistou aquele que assume, todos os dias, o comando de uma instituição que tudo dá de si… por nós e por todos!
JMO – Em dia de aniversário dos BVM, pode dizer-nos o que significa estar nessa Corporação?
JM – Estar nos Bombeiros de Mira é para mim e para os meus pares algo que não se explica. A realização pessoal e profissional, o espirito de missão, a paixão pela farda e pelo serviço público, o fazer bem sem olhar a quem, enfim tudo isto faz parte do nosso dia-a-dia. Apesar de difícil para alguns ainda conciliarem a vida pessoal com os Bombeiros no regime de voluntariado, este pessoal vai-se mantendo com orgulho e dedicação, cumprindo o desígnio de uma causa que um dia decidiram abraçar.
JMO – Tem a suas ordens quantos elementos, atualmente? Esse número, considera ser suficiente para as tarefas desempenhadas?
JM – Atualmente estamos guarnecidos e distribuídos da seguinte forma:
• Quadro de Honra – 17
• Quando de Comando – 2
• Quadro Ativo (carreiras de Oficial Bombeiro, Bombeiro Voluntário e Bombeiro especialista) – 59
• Quadro de Reserva – 18
• Sem Quadro (Estagiários, Cadetes e Infantes) – 25
Analisando a dimensão da nossa atividade podemos afirmar que os cerca de 60 Bombeiros no quadro ativo dão garantia de resposta em caso de necessidade de uma intervenção mais musculada, desde que estejam disponíveis quando for necessário o que nem sempre é garantido devido à vida profissional de cada um. Mas sim, podemos afirmar que os recursos são suficientes, mas naturalmente existe a necessidade de renovação pelo que é fundamental o recrutamento anual de novos Estagiários, num processo demorado e complexo, em que um conjunto de instrutores dão o melhor de si para formar bons Bombeiros. Não esquecendo naturalmente os instrutores das escolas de Infantes e Cadetes que nas suas brincadeiras com os seus instruendos, começam a formar cidadãos com todos os princípios básicos de cidadania.
JMO – Como é a vida pessoal de um elemento que faça parte dessa atividade?
JM – Falo por mim e atrevo-me a dizer que os meus pares sentem o mesmo, é uma vida de incertezas que já fazem parte da nossa rotina e da nossa forma de estar, ora estamos bem em família ou com os amigos, ora estamos em qualquer parte da região ou do país a combater um incêndio ou a prestar socorro. Sinto-me de consciência tranquila e durmo descansado porque sei que os meus pares de tudo fazem para que o socorro não falte nem se atrase, mesmo fora o Município quando somos solicitados para isso pelo principio da subsidiariedade que nos rege.
JMO – É muito difícil conjugar as tarefas com a vida particular de cada um?
JM – Em boa verdade sim, os Bombeiros são cidadãos como outros e sentem a necessidade de ter uma vida normal como qualquer outra pessoa. Nesta fase do ano em que aumenta o número de serviços de emergência, aumenta os pedidos de prevenções, aumenta o número de efetivos de piquete por força do dispositivo de Combate a incêndios, leva a que muitos dos Bombeiros abdiquem dos seus tempos livres e isso cria imensas dificuldades a todos eles. Atrevo-me a dizer que por vezes cria danos irreparáveis quando por exemplo não damos aos nossos filhos o tempo e a atenção que eles nos merecem, já para não falar nas perdas ao nível profissional.
JMO – Se pudesse pedir uma prenda de aniversário para a sua Corporação, o que pediria neste dia?
JM – Pergunta difícil porque precisamos sempre de equipamentos e veículos que custam muito dinheiro, mas no meu pensamento de hoje a resposta é facil e direta: “Tranquilidade e serenidade para que eu e os meus homens possamos desempenhar as nossas funções”.
Jornal Mira Online
João Maduro – Comandante dos Bombeiros Volutários de Mira