Janeiro com média mais alta de temperatura máxima dos últimos 91 anos

O mês de janeiro foi o quinto mais quente desde 2000 e o segundo mais seco. IPMA confirma que se verificou um “agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica”.

O mês de janeiro foi o quinto mais quente desde 2000, tendo-se registado a temperatura máxima mais alta dos últimos 90 anos, e foi também o segundo mais seco, segundo dados esta sexta-feira divulgados.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura média do ar fixou-se nos 9,5 °C no mês passado, o quinto valor mais elevado desde 2000.

Os valores diários de temperatura máxima foram quase sempre superiores ao valor médio mensal, com destaque para os períodos entre os dias 1 a 3 e 27 a 31 de janeiro, em que se registaram desvios superiores a 4 °C.

Por outro lado, desde 1931 que não havia um janeiro com uma média da temperatura máxima tão elevada, que chegou aos 15,29 °C, mais 2,20 °C em relação ao valor normal registado no período 1971-2000.

O valor médio de temperatura mínima do ar foi de 4,02 °C, inferior à normal (menos 0,52 °C) e, segundo o IPMA, apesar de ter começado com valores acima da média, foi quase sempre inferior a partir do dia 13, com destaque para o período de 17 a 26 de janeiro.

Quanto à precipitação, o mês passado foi o sexto mais seco em 90 anos e o segundo pior desde 2000, superado apenas por janeiro de 2005.

O relatório do IPMA acrescenta que o valor médio da quantidade de precipitação foi muito inferior ao normal registado entre 1971 e 2000, correspondendo a apenas 12%.

“Verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”, refere o instituto.

Relativamente ao índice de percentagem de água no solo, registou-se uma diminuição significativa em relação ao final do mês de dezembro, e o IPMA destaca os valores inferiores a 20% nas regiões Nordeste e Sul, com muitos locais dessas regiões a atingir “o ponto de emurchecimento permanente”.

TSF/Lusa