As negociações entre o CaixaBank e a Santoro Finance para encontrar uma solução para a “situação de incumprimento pelo banco BPI do limite de grandes riscos” terminaram, este domingo, “com sucesso”, anunciou o banco português.

Ao 481.º dia e no limite do prazo imposto pelo Banco Central Europeu, o CaixaBank e Isabel dos Santos chegaram a acordo para resolver o problema da exposição do BPI a Angola. A empresária reduz a sua participação no banco liderado por Fernando Ulrich e compra uma posição maioritária no Banco de Fomento de Angola. O acordo prevê que o BFA passe a ser cotado na Bolsa de Lisboa. Uma solução que vai permitir reforçar a liquidez do banco angolano.

Ao que foi possível apurar, este desenho final do acordo – com a novidade da entrada BFA na praça lisboeta – começou a ser trabalhado há cerca de 15 dias. Neste período, foram consultados o supervisor dos mercados e o regulador do sistema financeiro português e o BCE. As negociações com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários terão ainda de prosseguir.

O desfecho das negociações foi conhecido ao final de domingo, depois de uma longa maratona negocial que sentou à mesa a administração do BPI (onde estão representados os principais acionistas do banco). O acordo terá ainda de ser submetido à aprovação dos órgãos sociais das empresas envolvidas, nomeadamente do BPI, do CaixaBank e da Unitel (entidade através da qual a empresária Isabel dos Santos controla 49,9% do Banco de Fomento de Angola).

O curto comunicado enviado ao mercado pelo BPI diz isso mesmo, ao referir que a solução encontrada “foi já comunicada ao Banco Central Europeu e ao Banco de Portugal e encontra-se vertida num conjunto de documentos contratuais que serão apresentados aos órgãos sociais competentes nos próximos dias”. Estes documentos serão comunicados ao mercado assim que sejam aprovados.

O ponto final, “com sucesso”, nas negociações chegou no limite do prazo imposto pelo BCE. Mas falta ainda saber se o CaixaBank vai ou não ser obrigado a lançar uma OPA sobre o restante capital do BPI e a que preço.

Fonte: jn