17.10.2023 –
Hoje celebra-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e Portugal tem números ‘no vermelho’ em diversos temas que influenciam, de forma significativa, a vida quotidiana e financeira dos portugueses.
De acordo com a Pordata, a base de estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, o raio-X à sociedade portuguesa em algumas questões essenciais traça um panorama desanimador: quanto ganham os portugueses? Onde é gasto esse rendimento? Quantos se encontram em risco de pobreza? Qual o impacto da inflação no poder de compra das famílias? E quanto têm aumentado os preços das casas e das rendas?
Pobreza e habitação são dois ‘sintomas’ de uma pobreza causada em grande parte pela escalada dos preços dos bens essenciais. Ou seja, a inflação, que em 2022 colocou em sérias dificuldades muitas famílias portuguesas.
Tome nota: em 2022, registou-se a taxa de inflação mais elevada dos últimos 30 anos. (7,8% vs 9,6% em 1992). O pico da inflação ocorreu em 1984, com 28,5%, e desde meados de 1995 a inflação foi sempre inferior a 4,5%. Num passado recente, é preciso recuar até 2017 para encontrarmos uma subida de preços superior a 1,3%.
Se se analisar a evolução, nos últimos anos, entre a taxa de inflação e a taxa de variação do salário mínimo nacional, importa referir que, por norma, as atualizações salariais para o ano seguinte têm em conta a inflação do ano em que decorrem as negociações, embora os salários acabem por ser impactados pela evolução dos preços que vier a acontecer no ano seguinte.
Assim, em 2018, a taxa de inflação foi de 1%, em 2019 e 2020 de 0,3% e 0%, subindo novamente em 2021 (1,3%) e atingindo os 7,8% em 2022.
Produtos alimentares sobem mais de 30%
Em 2022, a categoria de bens com maior aumento dos preços foi a dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (com uma taxa de inflação de 13%). Dentro desta categoria, destacam-se as subidas dos preços dos óleos e gorduras (32,5%) e da carne (15,5%).
Também a categoria da habitação, água, eletricidade e gás houve uma subida de preços de cerca de 12,8% destacam-se os combustíveis líquidos (para aquecimento) (42,3%), do gás (39,2%) e da eletricidade (22,2%).
Os transportes são a quarta categoria com maior taxa de inflação (10%), onde sobressai o aumento dos transportes aéreos de passageiros (29%) e dos combustíveis e lubrificantes para equipamento para transporte pessoal (20,7%).
Francisco Laranjeira/Executive Digest