É a primeira vez que a Marinha Grande não vai ser gerida por comunistas ou socialistas.
É o dia seguinte, a manhã depois da jornada eleitoral. Pela primeira vez, o proprietário da empresa de plásticos DEM 2 entra nas instalações como eleito para liderar a Câmara Municipal da Marinha Grande.
À terceira, foi de vez. Após duas derrotas, o vereador Aurélio Ferreira torna-se o presidente Aurélio Ferreira, embora em minoria face à CDU e ao PS. Três vereadores contra quatro da oposição.
É a primeira vez que a Marinha Grande não vai ser gerida por comunistas ou socialistas.
O candidato vencedor, cabeça-de-lista do movimento independente +MPM, diz-se disponível “para conversar e perceber da disponibilidade de cada um” dos restantes eleitos para entendimentos na futura governação. E salienta que “está tudo em aberto”.
A coligação de dois grupos de cidadãos revelou-se maior do que a soma das partes, com o +MPM a conseguir um aumento de 1500 votos face ao resultado, em 2017, dos dois movimentos independentes que o constituem.
Com quatro câmaras ganhas por independentes só no distrito de Leiria, o presidente da Associação Nacional de Movimentos Autárquicos Independentes acredita que o processo é irreversível.
A nível nacional, os independentes conquistaram 19 concelhos, mais três do que em 2017.
“O processo do crescimento dos grupos de cidadãos em Portugal é um processo irreversível, é um processo em crescimento, quer dizer que há pessoas que estão disponíveis para participar na política, o que eles não querem é identificar-se com partidos”, afirma Aurélio Ferreira. “E aqui a responsabilidade não é dos grupos de cidadãos, é dos partidos”.
A Câmara da Marinha Grande era gerida desde 2009 pelo PS, que apostou na recandidatura de Cidália Ferreira.
Cláudio Garcia / TSF