O previsível cenário de “ingovernabilidade” em Espanha domina esta segunda-feira as manchetes dos jornais espanhóis, dia seguinte das eleições gerais que ditaram a vitória sem maioria absoluta do PP e dificuldades de acordos pós-eleitorais para qualquer um dos partidos.
O ABC titula “Espanha deixa o Governo em suspenso”, enquanto o El Mundo destaca “Espanha derruba o bipartidismo e deixa em suspenso o Governo” e o La Vanguardia escreve apenas “Governo em suspenso”.
Na capa do ABC surge uma grande infografia com as províncias de Espanha pintadas a azul, a simbolizar as 38 (entre 52) regiões onde o PP foi o mais votado. “O PSOE só venceu em seis circunscrições, o que limita as opções de Pedro Sánchez”, destaca o jornal.
O El Mundo recorda em capa que o bipartidismo PP e PSOE perdeu “mais de cinco milhões de votos” (para um total de 12,8 milhões), enquanto os emergentes Podemos e Ciudadanos “superam os oito mihões”.
O jornal também reproduz uma das frases da noite de Pablo Iglesias, do Podemos: “O que se votou foi uma mudança de sistema”.
O El País destaca que a “Perda de maioria pelo PP abre caminho aos pactos” e o La Razón reconhece que “Rajoy ganha as eleições com um parlamento ingovernável”.
Nos regionais, o Diário de Sevilha diz que “A raquítica vitória de Rajoy deixa Espanha sem governo”, enquanto o basco El Correo salienta que “O PP ganha sem maioiria para governar”. Entre os jornais catalães, o El Periódico de Catalunya é mais claro – “Confusão geral” – enquanto o Punt Avui escreve “Confusão em Espanha, fôlego para a Catalunha”.
Os galegos La Voz de Galicia titulam “Sem Maiorias” e o Faro de Vigo reproduz em manchete a principal frase da noite de Mariano Rajoy: “Buscarei um governo estável”.
Os económicos escrevem “Instabilidade política” (Expansión) e “Sodoku para Governar” (Cinco Días).
O PP, de Mariano Rajoy, venceu domingo, com 123 deputados, as eleições em Espanha, que ditaram o fim do bipartidarismo, mas sem a maioria para formar governo, o que obrigará a negociações.
Dois dos vitoriosos da noite eleitoral são os partidos emergentes, o Podemos, de Pablo Iglesias, à esquerda, com 69 deputados , e o Ciudadanos, de Alberto Rivera, com 40 deputados.
O outro partido histórico da democracia espanhola, o PSOE, de Pedro Sanchez, foi o segundo mais votado, mas com 90 deputados.
Fonte JN