24.4.2024 –

A relação já não estaria boa entre Marcelo e o filho Nuno e o caso das gémeas brasileiras terá sido a gota de água. O Presidente da República considera “imperdoável” o comportamento do filho.

O Presidente da República terá cortado relações com o filho, Nuno Rebelo de Sousa, na sequência do caso das gémeas luso-brasileiras que foram tratadas em Portugal com o medicamento Zolgensma. A informação foi avançada pelojornal Público, que cita o Correio Braziliense.

É imperdoável, porque ele sabe que eu tenho um cargo público e político e pago por isso (…). Não sei se ele vai ser responsabilizado, não me interessa. Essa é uma das vantagens de se cortar [relações}”, terá dito Marcelo Rebelo de Sousa num evento com jornalistas de todo o mundo.

O chefe de Estado português lembra que o filho tem 51 anos e que é “maior e vacinado”.

A relação com o filho, que vive no Brasil, já não estava boa há meses, diz o jornal brasileiro. O caso das gémeas terá sido a gota de água.

Marcelo Rebelo de Sousa contou, segundo o Correio Braziliense, que quando o filho o procurou para tentar acelerar o processo das gémeas brasileiras para a toma do medicamento Zolgensma, o Presidente da República ia ser operado ao coração e acabou por deixar o caso de lado.

Meses depois, em 2019, Nuno terá ligado ao pai para lhe dizer que a Casa Civil da Presidência da República estava contra ele.

Passa-se 2020, 2021, 2022, vem 2023 e vem o caso. Foi preciso recorrer à tecnologia para recuperar as mensagens. Não me lembrava das gémeas”, alega.

Irregularidades

O caso veio a público em novembro, na altura da demissão do primeiro-ministro, António Costa. Em causa estão suspeitas de favorecimento que partiram de um email enviado pelo filho do Presidente da República ao pai.

Em abril, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) confirmou irregularidades no tratamento no Serviço Nacional de Saúde, que custou milhões de euros ao Estado. Segundo o relatório, há evidências de irregularidades na marcação da primeira consulta no hospital de Santa Maria, em 2020.

Segundo o relatório da IGAS, o então secretário de Estado da Saúde teve conhecimento do caso das gémeas depois de uma reunião com o filho de Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 7 de novembro de 2019, “na qual lhe foi solicitada a colaboração para a obtenção de tratamento com o medicamento Zolgensma”.

SIC Notícias