O ex-guarda-redes Iker Casillas confirmou hoje o fim da sua carreira no futebol profissional, deixando vários agradecimentos, entre os quais ao FC Porto, no qual esteve cinco temporadas.
“Hoje é um dos dias mais importantes e, também mais difíceis, da minha vida desportiva: chegou o momento de dizer adeus”, referiu Casillas, que não joga desde maio de 2019, quando sofreu um enfarte num treino do FC Porto.
Numa longa carta publicada nas redes sociais, com os símbolos de Real Madrdid, FC Porto e da Federação Espanhola de Futebol, o ex-futebolista, de 39 anos, lembrou que o seu “percurso no mundo do futebol começou há 30 anos”.
“Foi um caminho longo e, como todo o caminho, teve momentos bons e menos bons, alegrias, mas também tristezas. Neste momento da minha vida, e olhando para trás, posso dizer sem dúvidas que valeu a pena. Tive a grande sorte de poder dedicar-me profissionalmente ao que me apaixona, me enche e me faz feliz: o futebol”, escreveu.
Numa retrospetiva da sua carreira, Casillas lembra os jogos nos pelados da sua terra, que o levaram a “jogar nos mais importantes estádios do mundo”, dos quais realçou o Santiago Bernabéu e o Estádio do Dragão, onde fez a sua carreira profissional.
Depois de agradecer à família, Casillas agradeceu aos seus clubes, em primeiro lugar ao Real Madrid, no qual fez quase toda a sua carreira e jogou 16 anos na equipa principal.
“Ao FC Porto, por me acolher como um filho, por me ensinar a ver as coisas de outro ângulo, por me dar a oportunidade de conhecer bem um clube e uma cidade pelos quais me apaixonei e sempre levarei no coração”, assegurou Casillas, que no sábado foi chamado pelos antigos companheiros de equipa para levantar a Taça de Portugal, após o 2-1 na final ao Benfica.
Dizendo-se “afortunado” por tudo o que conseguiu e não se referindo “só aos títulos, mas também à parte humana”, o antigo guarda-redes agradeceu ainda, entre outros, aos presidentes dos clubes, aos companheiros de equipa, aos treinadores, aos adeptos, aos rivais e aos selecionadores.
Mas, sobretudo, obrigado ao futebol, por me permitir fazer parte dele, por ser um desporto maravilhoso, por me permitir viver uma vida cheia de paixão e emoções, por me dar momentos de felicidade, por me fazer crescer como desportista e como pessoa, por me dar a oportunidade de conhecer e compartilhar momentos com tantas e tantas pessoas incríveis. Em suma, obrigado por me dar tudo”, referiu.
Contudo, Casillas assegura que este não é “não é um ponto final, a viagem não acaba aqui”.
“Hoje, deixo para trás os três ferros que me viram crescer como guarda-redes, os que em todos os momentos me colocaram no meu lugar e me obrigaram a manter os pés no chão, esses três ferros a quem tanto devo e que seguramente me vão fazer falta. E ali também vos deixarei a vocês, minhas fiéis aliadas, ali deixarei as luvas”, concluiu.
Ao longo da carreira no Real Madrid, Casillas conquistou, entre outros troféus, cinco ligas espanholas, três Ligas dos Campeões, duas Supertaças europeias e um Mundial de clubes, e, pela seleção espanhola, foi duas vezes campeão da Europa e venceu o Mundial de 2010.
No FC Porto, foi uma vez campeão português e venceu a Supertaça Cândido Oliveira.
Lusa