É já no próximo dia 23 de janeiro, pelas 15h00, que a Igreja Paroquial de S. António, em Covões, vai receber o quarto e último espetáculo do Ciclo de Concertos de Órgão de Tubos. Integrado na programação cultural em rede “Tradição – Da Serra ao Mar”. O concerto contará com a participação do conceituado compositor e maestro Paulo Bernardino, distinto executante de piano e órgão.
Do programa que o organista se propõe interpretar constam obras do reportório barroco, como é o caso da Toccata (Aeolian), Fantasia (Aeolian) e Pavana Hispanica (4 variações), de Jan Pieterszoon Sweelinck, Partitas de I a IX “O Gott, Du Frommer Gott!” – BWV 767, de Johann Sebastian Bach, e Fuga em lá menor (HWV 609), de G. F. Händel. Durante o concerto serão ainda interpretadas algumas obras emblemáticas deste género musical, entre as quais Sonata em Dó Maior e Sonata em lá menor, de Carlos Seixas, Tiento de Falsas de 2º tono [per Ge sol re ut], de Pablo Bruna, e 3 [de 5] Versos sobre o Ave Maris Stella, de Manuel Rodrigues Coelho
A presença de órgãos de tubos no vasto território nacional, cujo fim primeiro foi a sua função litúrgica no culto religioso no seio da Igreja Católica, impõe-se muito para além da dimensão religiosa ou a sua imponência arquitetónica do espaço de culto onde se insere. Cantanhede conta com dois distintos instrumentos (Covões e Ançã) em pleno funcionamento, bem diferentes um do outro na sua especificidade. Surge assim a oportunidade perfeita para a realização de concertos, contando para o efeito com a execução de exímios instrumentistas, reafirmando a importância destes instrumentos como sinal dos tempos, assumindo concomitantemente a intemporalidade no seio de uma comunidade, de uma região, de um território, pois que são um símbolo de união.
Recorde-se que o projeto “Tradição da Serra ao Mar” surge no âmbito de uma parceria entre os municípios de Cantanhede, Mortágua e Oliveira do Hospital, contando com a colaboração da CulturX – Associação de Desenvolvimento Artístico. Este ciclo de concertos tem como principal objetivo fomentar o investimento na conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do Património Cultural dos territórios dos três concelhos. A iniciativa resulta de uma candidatura ao “Centro 2020 – Programação Cultural em Rede – Afirmar a Sustentabilidade dos Territórios” e está assente numa programação cultural focada na Tradição e no património local e regional, que visa ainda contribuir para a diminuição das assimetrias e reforçar a coesão territorial, contribuindo, simultaneamente, para o incremento da imagem externa da região nas suas similitudes e particularidades.
Programa
Jan Pieterszoon Sweelinck (1562-1621)
– Toccata (Aeolian)
– Fantasia (Aeolian)
– Pavana Hispanica (4 variações)
J. S. Bach (1685-1750)
– Partitas de I a IX “O Gott, Du Frommer Gott!” – BWV 767
G. F. Händel (1685-1759)
– Fuga em lá menor (HWV 609)
Carlos Seixas (1704-1742)
– Sonata em Dó Maior
– Sonata em lá menor
Pablo Bruna (1611 – 1679)
– Tiento de Falsas de 2º tono [per Ge sol re ut]
Manuel Rodrigues Coelho (1555?- 1635?)
– 3 [de 5] Versos sobre o Ave Maris Stella
Paulo Bernardino:
Paulo Bernardino é investigador, maestro, compositor, organista e pianista. Doutorado em Direção Coral e de Orquestra pela Universidade de Aveiro (2021), é também licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Coimbra (1998) e em Música Sacra pela Universidade Católica Portuguesa – Porto (2003). Enquanto autor e compositor é representado pela Imprensa da UC, pela editora MPmp e pelas revistas Salicus e STELLA.
Atualmente é maestro e diretor artístico do Grupo Coral de Urrô (Arouca) e do Coral Stella Maris (Anadia), sendo fundador, entre outros, do Manuel Faria Ensemble (Coimbra).
Desenvolveu uma intensa atividade docente nas áreas da análise e composição, direção coral e de orquestra, musicologia, formação musical, acústica, piano, acordeão e órgão em diversas instituições de ensino, de entre as quais se destacam a Escola Diocesana de Música Sacra (EDMS) de Coimbra (1994-2021), a UCP-Porto (2003-2008), a FLUC (2005-2010), o Instituto Piaget (2008-2013) e a ESEC (2014/15).
Colabora desde janeiro de 2018 com a paróquia de Espinho num projeto que visa a renovação musical litúrgica e sacra, sendo responsável, entre outros, pela criação do coro infantojuvenil Schola Cantorum Stella Maris. Organista da Sé Catedral de Coimbra, desde 1994, é nomeado em 2002 organista titular dessa mesma Catedral. Acumula função idêntica na Capela da Universidade de Coimbra desde 2007. Com mais de uma dezena de trabalhos discográficos, tem-se apresentado em concertos a nível nacional e internacional.