O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciaram esta segunda-feira os primeiros casos de covid-19 em Portugal associados à nova variante de preocupação Ómicron. Em causa estão os jogadores do Belenenses SAD.
“O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Doenças Infeciosas, analisou, dia 28 de novembro, um lote de 13 amostras positivas associadas a casos de infeção de jogadores do Belenenses SAD, dado que um dos casos positivos terá tido uma viagem recente à África do Sul. Analisou ainda amostras provenientes de 218 passageiros de um voo com origem em Maputo que aterrou, dia 27 de novembro, no aeroporto de Lisboa”, é referido no comunicado enviado às redações.
Assim, “os ensaios preliminares efetuados no INSA sugerem, fortemente, que todos os 13 casos associados aos jogadores da Belenenses SAD estejam relacionados com a variante de preocupação Ómicron”.
Dada a situação, “por forma a garantir a quebra de cadeias de transmissão e seguindo o princípio da precaução em Saúde Pública, enquanto se aguardam mais informações relativamente à transmissão, impacto e efetividade vacinal contra a variante Ómicron, as Autoridades de Saúde determinaram o isolamento profilático dos contactos dos casos de infeção associados a este surto, independentemente do estado vacinal e do nível de exposição”.
Por isso, “estes contactos permanecem isolados e serão submetidos a testagem regular, o mais precocemente possível, ao 5.º e ao 10.º dia”.
O INSA e a DGS referem ainda que, “no que diz respeito ao voo oriundo de Maputo, apenas se detetaram dois positivos, estando um deles associado à variante Delta e não permitindo o outro a correta identificação”. Para confirmar estes casos, “o INSA iniciou, desde já, a sequenciação do genoma”.
Apesar da identificação destes 13 casos da variante Ómicron, as autoridades recordam que “não existem ainda quaisquer dados científicos que suportem a sua maior transmissibilidade ou a sua capacidade para diminuir a eficácia das atuais vacinas”.
“As Autoridades de Saúde em todo o território reforçam a vigilância epidemiológica, procedendo à implementação de medidas de controlo, com o isolamento profilático dos contactos de casos de infeção pela variante Ómicron ou com história de viagem à África Austral nos 14 dias anteriores, independentemente do estado vacinal, pelo princípio da precaução em Saúde Pública”, é apontado.
A Ómicron, cujos primeiros casos foram detetados há 15 dias e que é motivo de preocupação devido às mais de 30 mutações que foram identificadas, foi considerada uma “variante de preocupação” pelo grupo de peritos da OMS na sexta-feira, exigindo uma monitorização especial por laboratórios de todo o mundo.
Porém, a OMS disse já que ainda não existem indícios de que a variante Ómicron provoque casos mais graves de covid-19 ou com sintomas diferentes das estirpes anteriores.
Desde que a nova variante foi identificada em meados da semana passada, os principais fabricantes ocidentais de vacinas covid-19, incluindo a Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson com sede nos EUA, começaram a testar a eficácia dos seus produtos contra a estirpe.
Madremedia