Um hospital britânico admitiu que usou as dificuldades de aprendizagem de um paciente com Síndrome de Down como um dos argumentos para não fazer manobras de reanimação.
Andrew Waters tinha 53 anos quando morreu, em 2011, num hospital de Margate, em Kent. O facto de ter Síndrome de Down e dificuldades de aprendizagem foram motivos apresentados pela equipa médica para não avançar com a reanimação do paciente.
Agora, o hospital veio pedir desculpas à família e admitiu ter violado os direitos humanos de Andrew. “Serão tomadas medidas para garantir que isto não volte a acontecer”, escreveu a East Kent Hospitals University NHS Foundation Trust em comunicado, divulgado na Imprensa britânica.
A família de Andrew nunca pediu uma indemnização: “Tudo o que sempre quisemos foi um pedido de desculpas”, disse o irmão, Michael Waters. “As pessoas com Síndrome de Down têm o mesmo direito a viver do que tu e eu”, acrescentou.
O formulário que a equipa médica preencheu, justificando a decisão de não reanimar o paciente, foi encontrado dentro do saco com os pertences de Andrew. Nem a família nem os cuidadores foram consultados pelo hospital sobre a decisão.
“Não havia nenhum problema com a saúde do Andrew que interferisse com as manobras de reanimação”, explicou o irmão. “Ninguém tem o direito de tomar uma decisão destas de uma forma tão vergonhosa”, disse.
Fonte JN