05.12.2023 –
O novo medicamento foi aprovado pelo Infarmed em fevereiro e traz grandes mudanças na qualidade de vida para os doentes com hemofilia grave.
O hospital de Coimbra está a ser acusado de discriminação por recusar um novo medicamento a duas crianças com hemofilia grave. O caso cruza-se também com queixas de assédio por parte da médica que trata os doentes de 13 e 14 anos.
No caso revelado pelo Diário de Notícias, os dois jovens de 13 e 14 anos têm que se injetar com o atual medicamento três a quatro vezes por semana para controlar os efeitos da doença.
Já o novo fármaco consegue resultados idênticos, mas é administrado apenas uma vez por mês. A médica que acompanha os dois jovens prescreveu-lhes o novo medicamento, mas a decisão foi recusada pelo hospital.
É neste ponto que o caso se torna mais complexo e se cruza com queixas de assédio laboral.
Médica terá sido vítima de assédio laboral
Isto porque um protocolo estabelecido pela instituição determina que apenas os médicos do centro de referência de doenças raras possam prescrever este tipo de alterações de terapêutica.
Acontece que a médica que acompanha os jovens saiu do referido centro de referência, após anos de assédio moral e laboral de que terá sido vítima por parte das chefias.
O caso já levou o bastonário a pedir explicações ao hospital e a encaminhar a situação para o conselho disciplinar da Ordem dos Médicos da região centro.
Já o hospital explica que, neste momento, trata 20 crianças com hemofilia grave, das quais 14 com o medicamento mais antigo e seis com o novo fármaco.
Em comunicado, a instituição assegura ainda que os planos terapêuticos são definidos de acordo com a avaliação clínica e que não existe qualquer limitação financeira no acesso ao medicamento em causa.
Nelson Mateus/Pedro Castanheira/SIC Notícias