11.2.2023 –
Uma Moção aprovada ontem por larga maioria, na reunião da Comissão Política da Federação Distrital do PS, apresentada pelos socialistas de Cantanhede, defende o atendimento de utentes agudos que poderia libertar mais de 10.000 utentes anos das Urgências do CHUC.
A Moção, subscrita por todas as estruturas partidárias do concelho, ontem apresentada por Carlos Sérgio Negrão, vereador na Câmara Municipal de Cantanhede pelo Partido Socialista, defende a “Criação de uma Consulta Não Programada de Atendimento de Agudos”, no Hospital de Cantanhede, no contexto de fusão com o CHUC.
Sustentada em “dados concretos de análise do contexto”, os socialistas de Cantanhede referem que “nem a distância, nem os argumentos financeiros podem servir de justificação para que não exista em Cantanhede um atendimento de utentes de agudos que, além de servir as necessidades de um concelho e concelhos limítrofes, onde os cuidados de saúde primários lutam diariamente com dificuldades, permite ainda aliviar as congestionadas Urgências do CHUC, que são numa larga área de abrangência, a única resposta que os utentes dispõem”.
Na moção, Carlos Sérgio Negrão reforçou que “importa ainda dizer que as pessoas a que nos referimos são aquelas que vivem num concelho com índices de envelhecimento assustadores (269,6 em Cantanhede comparado com 182,07 de Portugal) e onde mais de 25% das pessoas têm mais de 65 anos. Já para não falar da rede de transportes que é praticamente inexistente no concelho”.
A Moção lembra que relativamente à análise das distâncias entre serviços de urgências, na zona centro existem oito urgências básicas, das quais cinco distam cerca de trinta quilómetros do hospital de referência (Pombal dista 26 km de Leiria, Tondela dista 25,6 km de Viseu, Águeda dista 25,1 km de Aveiro, São Pedro do Sul dista 25 km de Viseu e Alcobaça dista 32 km de Leiria).
No que refere a custos, “importa referir que numa perspetiva de atendimento de 10.000 utentes ano (os “azuis e verdes” desta zona nas Urgências do CHUC são largamente superiores) e considerando que a Portaria 207/2017 determina que preço por episódio de Urgência Polivalente é de 112,07 euros comparativamente ao preço de um episódio num Serviço de Urgência Básico (51 euros), existiria uma poupança de cerca de 600.000 euros ano”.
Quanto às condições, “o Hospital de Cantanhede dispõe de todas as circunstâncias necessárias para esta tipologia de atendimento. Espaço físico, equipamentos e requisitos para que seja criada esta tipologia de serviço. Faltam apenas os recursos humanos que, no contexto de fusão com o CHUC permitiria agilizar esta situação”.
Artur Carvalhinho, Presidente da Comissão Política do PS Cantanhede refere que, além das justificações constantes na moção, “o mais importante é conseguir dar respostas de proximidade às pessoas que neste momento tem muita dificuldade no acesso a cuidados de saúde” e que “por isso mesmo, já defendemos esta tomada de posição na Assembleia Municipal de Cantanhede, na Câmara Municipal e dela demos conhecimento ao Sr. Ministro da Saúde, aos Deputados do PS eleitos pelo Círculo de Coimbra, ao Secretário Geral João Torres, em missiva aprovada por unanimidade de todas as estruturas partidárias do concelho, pelo que nos congratulamos com esta tomada de posição da Federação Distrital do PS com a aprovação da moção apresentada”.
Para finalizar, Artur Carvalhinho refere ainda que “não estamos presos ao passado, em defesa de situações com mais de 15 anos, sustentadas em protocolos anteriormente assinados. O que defendemos é uma solução de futuro, com respostas de proximidade que permitam ao Hospital de Cantanhede continuar a desenvolver o excelente trabalho dos últimos tempos, com uma resposta de atendimento de agudos e criação de camas de Medicina Interna que permitam responder às necessidades da população”